ROBÔS

barco_gnr_resgate_migrantes_mediterraneo3967de43PROTÓTIPO PORTUGUÊS

Investigadores portugueses criaram um protótipo que é capaz de vigiar o mar, localizar e prestar auxílio a migrantes em apuros, tendo ainda outras utilizações, nomeadamente a deteção de casos de poluição ou acidentes no mar.

Construído no departamento de Engenharia Eletrotécnica da Faculdade de Ciências e Tecnologia, da Universidade Nova de Lisboa, o protótipo do veículo aquático, montado num pequeno catamarã, reforçado com fibra de carbono, inclui painéis solares, um sonar que consegue detetar volumes na superfície da água, um laser que consegue “ver” a 360º e determinar uma posição com uma precisão a 5 cm e computadores para comunicar e se articular com o drone. É assim o projeto desenvolvido por investigadores portugueses e que concorre com outros nove, entre os quais o do Imperial College de Londres ou o da empresa Nokia, ao prémio “Drones for Good”. Francisco Marques, doutorado em Robótica e um dos sete membros da equipa de investigação, descreve o projeto como “uma equipa de multi-robôs que se coordenam uns com os outros para encontrar migrantes no mar”, usando um drone e um barco não tripulado. O drone é capaz de aterrar e levantar voo a partir de uma plataforma no barco e elevar-se no ar e captar imagens que são enviadas para um operador. Caso identifique um barco ou pessoas na água, o barco dirige-se para o local e pode lançar um primeiro meio de socorro, como jangadas insufláveis, até chegarem meios maiores. Segundo os mentores do projeto, com uma rede de dispositivos assim é possível vigiar uma grande área geográfica marítima de forma menos dispendiosa e com menos meios humanos.

Desenvolvimento do projetomaxresdefault

Para o desenvolvimento deste projeto o grande problema é o financiamento, por isso mesmo, o prémio do concurso “Drones for Good”, que ronda o milhão de dólares, cerca de 930 mil euros, seria importante para a equipa passar da fase de protótipo para algo mais consolidado. A prioridade é, sem dúvida, o barco, que tem de ser mais robusto, praticamente inafundável e preparado para suportar as condições adversas do mar. Depois de pronto, este dispositivo poderia estar disponível nos principais portos portugueses, quer para dar resposta a acidentes, quer para detetar casos de poluição. De referir que a equipa de investigação já esteve em contacto com a Marinha Portuguesa, participando em exercícios e colaborando com os grupos de investigação da Escola Naval.