AVENTURA MOTOTURÍSTICA
Ligando Albufeira a Vila Pouca de Aguiar, o 18.º Portugal de Lés-a-Lés juntou a maior caravana de sempre com 1684 participantes em mais de 1500 motas. A cada ano que passa, a aventura nunca se repete.
A edição de 2016 do Portugal de Lés-a-Lés, a maior maratona mototurística da Europa, reuniu o maior pelotão de sempre com 1684 participantes em mais de 1500 motas. De notar que a maior parte das motas participantes era da BMW, uma marca que nunca negou as suas ligações à aventura e ao desporto. Ao todo foram percorridos, à moda antiga, mais de um milhão e meio de quilómetros de Portugal continental. O Passeio de Abertura, que serviu para dar a conhecer o concelho de Albufeira aos participantes, deu o mote para três dias de aventura e muita adrenalina. Os participantes puderam descobrir as mais famosas praias, de Olhos de Água à Falésia, da Galé a St.ª Eulália. Pelo meio houve ainda tempo para refrescar os pés no primeiro dos 20 postos de controlo do evento organizado pela Comissão de Mototurismo da Federação de Motociclismo de Portugal. O momento alto deste dia aconteceu com a visita ao Castelo de Paderne, uma pequena fortificação rural fundada pelos almóadas na segunda metade do século XII e o último bastião árabe conquistado em território nacional. Por ser um dos sete castelos representados na bandeira nacional, mereceu uma visita com pompa e circunstância. O pequeno farol da ponta da Baleeira foi outro dos locais mostrados com orgulho pelo presidente da Câmara Municipal de Albufeira. Carlos Eduardo da Silva e Sousa, autarca e motociclista convicto, foi um dos nomes sonantes da longa lista de participantes que incluiu outros ilustres, como Cândido Barbosa, o ciclista português com maior número de vitórias; Armindo Araújo, o bicampeão mundial de ralis da categoria Produção; ou o ator Alexandre Martins. Houve ainda tempo para que as cerca de duas centenas de mototuristas espanhóis, franceses, holandeses, polacos, sul-africanos, brasileiros, angolanos, italianos, eslovenos, suíços e de outras nacionalidades provassem a cerveja artesanal algarvia ou os doces regionais da Santa Casa da Misericórdia da Albufeira.
Rumo ao Norte
Continuando a aventura, o pelotão dirigiu-se em direção ao Luso/Bussaco. Por força da distância a percorrer, o trajeto fez-se o mais direto possível, contudo, não faltaram uns quantos desvios para visitar marcos importantes, como o Castelo de Arraiolos que apresenta uma singular arquitetura de planta elíptica. A travessia da ribeira de Sor, através de uma espetacular ponte pedonal de design futurista, deu lugar um dos momentos mais radicais desta etapa. Seguiu-se uma passagem pelo vau da ribeira da Margem. Com a radical visita à ponte filipina sobre o rio Zêzere, estreia absoluta no Lés-a-Lés, os participantes puderam perceber como, antigamente, se percorria o país. O destino que se seguia era Góis, palco de uma das mais famosas concentrações nacionais de motas. Já na Mata Nacional do Bussaco, houve apenas tempo para vislumbrar uma pequena porção dos 105 hectares murados. A chegada ao Palace Hotel do Bussaco marcava o cumprimento de mais uma etapa, e houve ainda tempo para apreciar, do lado de fora, o palácio construído a partir de 1885 e que desde 1917 é considerado um dos mais românticos e belos hotéis do mundo.
Uma nova etapa
Com o desejo de uma jornada mais tranquila, a ligação entre o Luso e Vila Pouca de Aguiar não desiludiu. O percurso levou os participantes para o interior, e Penalva do Castelo e Sátão foram os pontos seguintes no mapa da edição 2016 do Portugal de Lés-a-Lés, com nova e rápida estrada até à surpreendente praia fluvial em Vila Cova à Coelheira. Os participantes atravessaram ainda o rio Douro na barragem da Régua, também conhecida como de Bagaúste, e mais à frente, o novíssimo túnel do Marão. O destino estava perto, e Vila Pouca de Aguiar recebeu os participantes de braços abertos. Em 2017, esta vila vai receber, novamente, os participantes de mais um Portugal de Lés-a-Lés. Este ano, todo o percurso ficou marcado por duas etapas muito diferentes, mas que tiveram um ponto em comum, a aventura.