INFLUÊNCIAS MANUELINAS E MOURISCAS
Implantados na serra de Sintra e fruto do génio criativo de D. Fernando II, o Parque e o Palácio da Pena são o expoente máximo do Romantismo do século XIX em Portugal, com referências arquitetónicas de influência manuelina e mourisca.
O palácio foi construído para ser observado de qualquer ponto do parque, floresta e jardins luxuriantes com mais de quinhentas espécies arbóreas oriundas dos quatro cantos do mundo. Construído a partir de 1839 em torno das ruínas de um antigo mosteiro jerónimo erigido no século XVI por D. Manuel I, e que D. Fernando II adquiriu, o Palácio da Pena incorpora referências arquitetónicas de influência manuelina e mourisca que produzem um surpreendente cenário, que faz lembrar as “mil e uma noites”. À volta do palácio, o rei plantou, com espécies vindas de todo o mundo, o Parque da Pena (85 hectares), que é o mais importante arboreto existente em Portugal. O convento quinhentista adquirido por D. Fernando II exerceu sobre o rei um enorme fascínio, radicado na sua educação germânica e no imaginário romântico da época, que a serra e a valorização estética das ruínas atraíam. O projeto inicial era, apenas, a recuperação do edifício para residência de verão da família real, mas o seu entusiasmo levou-o a decidir-se pela construção de um palácio, prolongando o convento.
No parque, traduzindo a expressão da estética romântica e aliando a busca do exotismo à impetuosidade da natureza, o rei desenhou caminhos sinuosos que conduzem os visitantes à descoberta de locais de referência ou de onde se desfrutam vistas notáveis: a Cruz Alta, o Alto de Sto. António, o Alto de Sta. Catarina. Ao longo dos caminhos, com o seu interesse colecionista, o monarca plantou espécies florestais nativas da Europa e de muitas regiões distantes, em especial da América do Norte, da Ásia e da Nova Zelândia e Austrália: faias, sequoias, tuias, fetos arbóreos, metrosíderos, magnólias, rododendros e cameleiras. O arvoredo enquadra pavilhões e pequenas edificações, compondo um cenário de inigualável beleza natural, mas também de grande relevância histórica e patrimonial. Aberto todos os dias do ano, é possível desfrutar deste riquíssimo património natural, através de percursos livres ou orientados, numa experiência inesquecível.