NOS ALIVE

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NO RITMO CERTO

Cerca de 155 mil pessoas entraram, este ano, no recinto do NOS Alive, ultrapassando os valores do ano passado e evidenciando uma tendência que tem ganho força nos últimos anos: os festivais de verão.

O passeio marítimo de Algés despediu-se, uma vez mais, do NOS Alive. Funcionando quase como eventos sociais, com conteúdos que agradam a todos, os festivais de verão têm ganho cada vez mais seguidores e o NOS Alive não é exceção. Desde 2007 que a marca Alive tem vindo a crescer e a afirmar-se não só em Portugal como no estrangeiro, e essa afirmação é bem visível uma vez que este festival tem alcançado níveis de sucesso únicos e tem ultrapassado, facilmente, outros festivais de verão nacionais. Olhando para os três dias deste ano, o que é evidente é que o NOS Alive perdeu a personalidade eclética que o caracterizava e que, talvez por isso, foi ganhando cada vez mais fãs ao longo dos anos.

 Dia a dia

No primeiro dia, a enchente de fãs dos Muse esgotou toda e qualquer possibilidade de se adquirir um bilhete. O sucesso dos três rapazes não precisa de grandes apresentações, e tal como os seus poderosos concertos provam, eles são uma banda de palco e não necessariamente de álbuns conceptuais. Os Prodigy sempre tiveram uma ligação especial a Portugal e voltaram a provar isso mesmo, no segundo dia do Alive. Com 20 anos de carreira, os precursores do rave eletrónico que extasiou os anos 1990 sabem como manter a chama acesa, sem grandes truques, apenas com o elo forte que os liga à música. Os Mumford & Sons, um dos nomes mais fortes da atualidade, apresentaram um concerto que ficou aquém das expectativas, não convencendo o público presente. No último dia ficou provado que o groove dos HMB é a receita certa para qualquer festival, ainda mais quando apoiados pela alegria contagiante dos músicos e pela excelente voz de Héber Marques. Os Disclosure brindaram também o público com um concerto magnífico. Outro nome que realmente convenceu foi Sam Smith. O seu talento é inegável e o músico sabe como dar um espetáculo. O concerto de Chet Faker, que seria um dos pontos altos da noite, não cumpriu o seu objetivo. As músicas de Faker não são feitas para grandes palcos. Para encerrar as festividades, os Disclosure mostraram que a idade não é um handicap e que a música eletrónica pode ser trabalhada de várias formas. Com um novo álbum prestes a chegar às lojas, deram o concerto do festival garantindo que toda a gente ia bem-disposta para casa. Concertos e opiniões à parte, os números confirmam o sucesso da marca Alive e o NOS Alive é já um festival de referência na Europa, competindo com os maiores e melhores. Com o seu lugar já perfeitamente definido, adaptou-se aos tempos bem como às modas. Para 2016, há mais!