MUSEU DO DINHEIRO

Imagem1COLEÇÕES DE NUMISMÁTICA E NOTAFILIA

Apresentando o tema do dinheiro, a sua história e a sua relação com as sociedades e com o indivíduo através das coleções de numismática e notafilia do Banco de Portugal e de outros objetos e dispositivos virtuais de contextualização, o Museu do Dinheiro é um local único na cidade de Lisboa. Uma visita a este museu é, por isso, obrigatória.

O Museu do Dinheiro oferece uma experiência marcadamente interativa que recorre à tecnologia multimédia para mostrar o seu acervo. A museografia não convencional aposta na criação de ambientes surpreendentes, capazes de convocar a participação do visitante e de promover a construção de conhecimento. Da autoria do atelier Providência Design, a museografia, desenvolvida com a equipa do Banco de Portugal, assenta em núcleos temáticos que focam os artigos-padrão, o dinheiro no mundo e a sua história ao longo dos séculos, o fabrico da nota e da moeda, e ainda testemunhos pessoais sobre o papel do dinheiro na vida do cidadão. Este é um museu consciente da sua função social e da presença simbólica que tem na cidade e no país; um museu que assume como prioridade o contacto com vários públicos, que investe na programação educativa e cultural, mantendo uma forte ligação à comunidade e à cidade. O Museu do Dinheiro assegura a acessibilidade e a satisfação de quem o visita a vários níveis – social, físico, cognitivo – e identifica-se como um lugar de sociabilização que disponibiliza serviços e interfaces de comunicação com o público de formato variado – cafetaria, loja, auditório, biblioteca, áreas de acolhimento, salas de experimentação. Acreditando no valor da cooperação, o Museu do Dinheiro pretende forjar parcerias com outras instituições e espaços socioculturais da cidade. Através destas parcerias, poderá incrementar a sua ação, permutar ideias, coleções, projetos, fortalecer redes de contacto ou mesmo facilitar a circulação dos públicos e do acervo, na perspetiva do enriquecimento, fidelização e, naturalmente, da participação do museu na sociedade que o acolhe, mas que também o transforma.

Diferentes núcleosImagem2

Na receção do museu, o excerto de um texto de Charles Dickens enquadra a questão que interpela o visitante ao longo de todo o percurso de visita: “o que é o dinheiro?” No núcleo TOCAR – O que é o dinheiro?, a barra de ouro (acessível ao tato) é enquadrada pela porta da antiga casa-forte do ouro e contrasta com a imagem “desumana” da exploração mineira no garimpo brasileiro, projetada sobre uma tela de grande formato. Já no núcleo TROCAR – Isto é Dinheiro, uma estátua representativa de Hermes, deus grego do comércio e das trocas, dialoga com o público propondo-lhe a troca direta de bens por outras formas dinheiro. O conjunto de vitrinas em torno da figura permite ver exóticas formas de dinheiro e de artigos-padrão, oriundas das mais diversas culturas e épocas, mostrando que o dinheiro é uma convenção transversal à cultura humana. As primeiras formas de moeda, aceites no mundo ocidental e oriental, destacam-se num filme que as materializa em imagens 3D. A par deste expositor, na sala CONVENCIONAR – A Origem da Moeda, um dispositivo multimédia de grande escala, manipulável pelo público, permite, através da navegação no tempo e no espaço, descobrir factos relevantes sobre a história do dinheiro e assim percorrer algumas convenções fiduciárias. Ainda nesta sala, expõem-se raros exemplares do acervo de moeda grega, romana e chinesa. Uma floresta tubular encerra e dá voz às peças mais emblemáticas da coleção. Exemplares raros narram parcelas de estórias, episódios eternizados nas faces de moedas que foram cunhadas no mundo helénico ou em território peninsular. Na vitrina da sala REPRESENTAR – Sala do Tesouro, expõem-se tesouros numismáticos que testemunham a influência islâmica, a epopeia dos Descobrimentos, a moeda cunhada com ouro do Brasil, ou objetos singulares como um Oban japonês. Um painel lúdico, interativo, espelha o visitante enquanto este manipula, roda e amplia as moedas expostas. Na vitrina serpenteante da sala NARRAR – Genealogia do Dinheiro e da Banca, expõem-se peças que representam a história da moeda metálica e do papel-moeda em território português até ao advento do Euro. Vários objetos dão a conhecer o Banco de Portugal, da fundação aos nossos dias. Seis ecrãs apresentam ainda a iconografia do dinheiro. Um miradouro virtual aponta, sobre a cidade de Lisboa, os bancos centrais da zona euro e dos países de expressão portuguesa. Ao fundo da sala, a emblemática janela curva do edifício coloca a descoberto a Praça do Município. Na sala FABRICAR – Produção de Moedas e Notas, dedicada ao ciclo e à história da produção do dinheiro, descobrem-se minérios, máquinas, chapas de impressão, esboços e desenhos artísticos que estão na origem das moedas e das notas. Os temas aqui abordados vão do conhecimento dos sofisticados sistemas de garantia fiduciária até à visualização microscópica das fibras que compõem as notas. No mesmo espaço, encontra-se um dispositivo que simula um poço dos desejos. Neste núcleo é possível ainda testar a genuinidade do dinheiro que se traz no bolso, assim como cunhar e imprimir virtualmente uma moeda e uma nota com o perfil e o rosto do visitante. Já na sala ILUSTRAR – Notas do Mundo, dedicada ao tema da ilustração do dinheiro, erguem-se lâminas de vidro, assentes num mapa-múndi desenhado no pavimento, que protegem e mostram a variedade expressiva dos motivos gráficos e cromáticos das notas, refletindo desta forma a diversidade de aspetos culturais de cada país representado. Fauna, flora, personalidades, monumentos e paisagens icónicas podem também ser apreciados em detalhe em livros virtuais inseridos numa parede cénica dedicada ao poder da comunicação visual e da imagem inscrita no papel-moeda. No espaço TESTEMUNHAR – O Homem e o Dinheiro, veem-se e ouvem-se, num ambiente e escala natural, depoimentos de pessoas que, como nós, vivem uma relação própria com o dinheiro e manifestam os mais diversos pontos de vista. Também o visitante é convidado a gravar o seu testemunho e a refletir sobre o papel que o dinheiro assume no seu dia a dia. A antiga capela acolhe o segundo deus Hermes, figura que estabelece a ponte entre o passado e o futuro. A escultura multimédia, dedicada à memória do lugar, mostra a Lisboa medieval em contraponto com a cidade pombalina e põe em evidência a transformação da Baixa, centro histórico, financeiro e administrativo da capital – local de implantação da sede do Banco de Portugal. Nos visores laterais, observam-se ilustrações arqueológicas 3D dos achados encontrados nas recentes obras de recuperação do edifício. É assim a última sala do espaço, com a designação REVELAR – Memória do Sítio.