ESPAÇO DE REFERÊNCIA
Espaço museológico de referência em Lisboa, o Museu Coleção Berardo é um local onde o visitante pode desfrutar do melhor da arte moderna e contemporânea.
No Museu Coleção Berardo, localizado em Belém, é possível encontrar, tanto na mostra permanente como no leque muito variado de exposições temporárias, obras de artistas dos mais diversos contextos culturais e variadas expressões que construíram a história da arte do último século. O Museu Coleção Berardo conta ainda com um diversificado programa de atividades para todas as idades (por exemplo, percursos pelas exposições e visitas-atelier em família), que, de uma forma original e pedagógica, dão a conhecer os grandes nomes da arte nacional e internacional, como Marcel Duchamp, Pablo Picasso, Salvador Dalí, Andy Warhol, Francis Bacon, Maria Helena Vieira da Silva ou Helena Almeida. Através de um protocolo de comodato a 10 anos, a criação do Museu Coleção Berardo permitiu ao Estado Português, em parceria com a Fundação Berardo, manter em Portugal uma coleção única de arte moderna e contemporânea, criando um fator de distinção e de atração cultural nacional e internacional.
O colecionador
José Manuel Rodrigues Berardo nasceu na ilha da Madeira, a 4 de julho de 1944. Após ter concluído a escola primária, iniciou o curso de contabilidade e com 13 anos começa a trabalhar na Madeira Wine Company. Foi exatamente nessa altura que nasceu a sua paixão pelo colecionismo. Rigoroso e metódico, começou por juntar selos, caixas de fósforos e postais de navios, aproveitando a ligação com os turistas dos navios que visitavam o Funchal. Em 1963, com 18 anos, emigra para a África do Sul. Chegado a Joanesburgo começa por trabalhar numa loja de produtos agrícolas, da qual ficaria sócio. O negócio permitiu o contacto com o setor mineiro e antecipando a subida do preço do ouro, dedica-se à reciclagem dos desperdícios reiniciando a exploração de minas desativadas que entretanto havia adquirido. Rapidamente, torna-se proprietário de várias refinarias em minas de ouro e de diamantes, alargando os seus negócios ao mercado bancário e ao mercado bolsista. Nunca descurando a vida pessoal, casa-se com Carolina Gonçalves em 1969. Dois anos mais tarde nasce o seu primeiro filho e no ano seguinte a filha mais nova. Com família constituída e integrado socialmente, José Berardo continua a prosperar e a diversificar os seus negócios. Entra no ramo do mármore e dos granitos, chega ao petróleo, às telecomunicações, ao material informático, ao papel e até ao cinema. Com maior poder financeiro, decide iniciar a sua primeira coleção de arte. Na década de 1980 é nomeado presidente do Bank of Lisbon e pouco tempo depois integra o Conselho Consultivo do Presidente da República da África do Sul. Assumindo-se contra o Apartheid, toma um papel ativo no país e atua a partir do Partido Nacional para acabar com o sistema de segregação racial. Na segunda metade da década de 1980 diversifica a localização dos seus negócios, expandindo para o Canadá, Portugal e Austrália. As viagens constantes, a intensificação da violência na África do Sul e o apelo da sua terra natal ditaram o regresso à pátria. Em Portugal continua a desenvolver os negócios nas mais variadas áreas. Inicia-se na indústria tabaqueira mas rapidamente ganha relevo na banca, hotelaria, imobiliária, media, cortiça, vinhos, moda, entre muitos outros.