Se os peixes, as rochas, as plantas e os navios afundados que se escondem no fundo do nosso mar o atraem, então mergulhe nas águas frias do Atlântico e descubra um mundo realmente fascinante.
Imagine este cenário: silêncio, calma absoluta, descanso completo, liberdade… São características que fazem, para muitos, parte do desejo de umas férias perfeitas. Mas agora acrescente água, peixes e toda uma variedade de vida marinha à espera de ser explorada no seu ambiente natural. Tudo isto descreve o mergulho. E sob as águas azuis dos mares portugueses esconde-se um verdadeiro mundo de cores, formas e sensações. Corais, rochas, grandes peixes, medusas, polvos e delicados organismos aquáticos formam um colorido jardim submarino ao alcance de qualquer pessoa, desde que disposta a uma preparação prévia, num curso de mergulho. Existem três tipos de mergulho: livre, autónomo e dependente ou semi-autónomo. O mergulho livre é a modalidade em que o mergulhador não usa equipamentos para respirar debaixo de água. Pelo contrário, no mergulho autónomo, o mergulhador é auxiliado por equipamentos que ele próprio leva consigo. No mergulho dependente, os praticantes utilizam equipamentos que lhes permitem respirar debaixo de água, mas não os carregam, sendo a alimentação feita a partir da superfície. Para os principiantes é recomendado o mergulho livre. Outra das possibilidades é o mergulho em caverna, que mistura técnicas de espeleologia e mergulho. Este é um dos tipos mais emocionantes e fascinantes deste desporto, mas igualmente um dos mais perigosos, exigindo conhecimentos específicos para a sua prática.
Na costa portuguesa existem dois pontos de eleição para o mergulho autónomo: o Portinho da Arrábida, na região do Sado, e a Fonte da Telha, a última praia da Costa da Caparica. Os mergulhadores gostam de explorar as encostas rochosas da Fonte da Telha, a 35 metros de profundidade, um dos locais mais selvagens nas águas da Caparica. Em termos de fauna, cardumes de congros, safios, sargos e sardinhas desfilam entre as rochas cobertas de corais, espirógrafos e gorgónias. Nas tocas rochosas, espreitam moreias, lagostas e cavalos-marinhos. Junto à Pedra da Mália, a 16 metros de profundidade, existe um jardim de luminárias, grandes algas que crescem verticalmente. Este é um dos cenários subaquáticos mais visitados pelos mergulhadores. Com temperaturas entre os 10º e 15º C e visibilidade até seis metros, os mergulhos nesse local decorrem durante quase todo o ano, com exceção de janeiro e fevereiro, quando o vento sul provoca muita agitação no mar. (…)