GRANDE PREMIO DE MACAU

ACELERAR PARA A META

 

Realizado pela primeira vez em outubro de 1954 como uma corrida para amantes locais do desporto automóvel, o Grande Prémio de Macau transformou-se naquela que muitos consideram a melhor prova em circuito urbano do mundo. Celebrando no presente ano a sua 60.ª edição, este evento promete não desiludir.

 

O primeiro Grande Prémio de Macau realizou-se pela primeira vez nos dias 30 e 31 de outubro de 1954 e contou com 15 participantes numa prova de 51 voltas ao circuito da Guia (6,2 km), que durou quatro horas. O Triumph TR2 de Eddie Carvalho venceu na prova inaugural, enquanto Gordon “Dinga” Bell estabeleceu a volta mais rápida ao comando de um Morgan. No entanto, o circuito deixava muito a desejar e os comissários relataram que a parte interior “era muito má – muito suja e com areia solta”. A competição automóvel era a fórmula encontrada pelas autoridades locais para promoverem Macau enquanto destino turístico, em contraponto com a vizinha Hong Kong, mas só na década seguinte é que as corridas se tornaram o “ex-líbris” macaense. Em 1960, o Grande Prémio de Macau fez pela primeira vez parte do calendário internacional de provas automobilísticas na qualidade de “corrida nacional com participação estrangeira”, sendo, também pela primeira vez, realizado de acordo com os regulamentos da FIA relativos a automóveis de desporto e grande turismo. O piloto escocês Martin Redfern, no seu Jaguar XK SS, venceu o 7.º Grande Prémio de Macau. O segundo lugar foi para o americano Grant Wolfkill, num Porsche Spyder, enquanto o terceiro foi para o inglês Jan Bussell, num Ferrari Monza. Na prova, o recorde da volta foi batido 11 vezes – quatro por Redfern, duas por Bussel e cinco por Wolkill, que veio a estabelecer a volta mais rápida com 3:17.20.

 

Circuito obrigatório

O Grande Prémio de Macau atingiu a sua maioridade internacional quando a Fórmula 3 se tornou viveiro de grandes pilotos e, em especial, patamar para subir à Fórmula 1 (F1). Assim, o circuito passou a ser obrigatório no portefólio de um jovem piloto, com aspirações a Campeão do Mundo de F1. O ano de consagração da prova foi 1983, quando um “desconhecido”, de seu nome Ayrton Senna, foi o vencedor. Depois de Senna, quase todos os pilotos que inscreveram o seu nome no pódio da prova do circuito da Guia chegaram à F1. Destaque para nomes como Michael Schumacher, em 1990; David Coulthard, no ano seguinte, e Ralf Schumacher, em 1995. Os últimos pilotos que venceram o Grande Prémio de Macau e chegaram depois à F1 foram  Takuma Sato, em 2001, e Lucas di Grassi, em 2005. Por se tratar de um circuito muito difícil, vencer nesta pista citadina significa, muitas vezes, bastante mais que ser campeão num qualquer campeonato local. Em 2013, o Grande Prémio de Macau irá decorrer em dois fins de semana para assinalar os 60 anos do evento, à semelhança do que aconteceu na 50.ª edição.

 

Cores nacionais

As cores da nossa bandeira foram também representadas, primeiro, por Pedro Lamy, que ficou em segundo lugar em 1993, ano em que enfrentou Jorg Muller e perdeu. Em 2000, André Couto subiu ao lugar mais alto do pódio, depois de várias tentativas anteriores frustradas. Tiago Monteiro foi outro nome luso que brilhou na Guia, mas o melhor que conseguiu foi um 9.º lugar, também em 2000. Em 2012, António Félix da Costa venceu o Grande Prémio de Macau de Fórmula 3, entrando para a história ao vencer esta importante e carismática prova do automobilismo mundial.