“O STRESSE NÃO É UMA FRAQUEZA”
Depois de ter passado por uma experiência muito intensa na sua vida, Conceição Espada optou por fazer uma mudança radical que implicava viver com níveis de stresse q.b. Disposta a ajudar outras pessoas a fazerem o mesmo, esta especialista em gestão de stresse lançou recentemente um programa em parceria com o hotel Palácio Estoril, que certamente será um sucesso. Se acha que esta maleita das sociedades modernas está a tomar conta da sua vida, então este programa é para si!
Quem é Conceição Espada?
Depois de uma experiência de grande mudança na minha vida, aos 30 anos, comecei a dedicar-me ao estudo e investigação de alguma forma de poder menorizar a vida stressada que as pessoas têm, também para poder atenuar questões que tinham sido importantes na minha vida, como filha, como mãe, como esposa. Tudo para mim era bastante ativo e stressante e por isso comecei a investigar e a estudar formas de poder ajudar as pessoas a ter uma vida um pouco mais tranquila dentro da agitação que ela é, em geral.
A que se deveu essa mudança radical?
Tive uma experiência de quase morte a seguir ao parto do meu segundo filho e foi uma situação limite em que tudo foi reavaliado. Quando olhamos para a vida depois de uma experiência destas, há uma mudança de consciência, de perceção, de prioridades, tudo se torna muito relativo. A forma como se começa a encarar a vida é totalmente diferente. Torna-se tudo mais simples e passa-se a dar mais importância e valor a coisas que até então não se dava. A importância do silêncio, da calma, a importância da vida na sua essência. Depois de uma experiência destas penso que é isto que se conquista.
Como é que se define uma especialista em gestão de stresse?
Eu criei um modelo próprio de intervenção em gestão de stresse individual ou de grupo. Estudei muito, investiguei muito, a maior parte no exterior, pois há 20 anos, em Portugal, não havia ainda muita oferta a este nível, nomeadamente técnicas e abordagens. Depois de uma intensa investigação, estudos e formações, posso ajudar as pessoas com várias técnicas que lhes vão alterar um pouco os hábitos do quotidiano, trabalhando a mente e a forma como olham para determinada situação. Gerir o stresse não é alterar os fatores que o criam, mas sim ajudar na forma como as pessoas reagem, podendo ser menorizada o impacto que lhes causa, a nível físico e emocional.
Pode dar exemplos das técnicas que utiliza?
Um dos fatores fundamentais, e que eu aplico sempre, é a respiração. O ser humano tem uma respiração deficiente, não inspira e não expira profundamente, portanto, uma das minhas ferramentas é a respiração. A primeira vitória é que as pessoas consigam respirar bem, que consigam parar ao longo do seu dia para respirar bem. Quando sentem que estão a entrar em stresse, devem parar e fazer algumas sequências de respiração.
É importante poder fazer, pelo menos uma vez por dia, um relaxamento, porque o corpo também necessita de relaxar, e convém não esquecer que as tensões corporais causadas pelo stresse são gravíssimas.
Arranjar tempo para fazer uma atividade física, mesmo que não seja ir ao ginásio, é benéfico, pois exercícios físicos ajudam a relaxar o corpo. Ter uma atividade criativa é importantíssimo, uma vez que nos ajuda a descansar o hemisfério esquerdo, que é aquele que está sempre ativo, a tomar decisões, a pensar, é necessário encontrar formas de o apaziguar e de estimular o hemisfério direito que é o mais criativo. (…)