O 13.º Fashion Rio, que teve lugar na Marina da Glória, Rio de Janeiro, de 7 a 13 de Junho, divulgou as propostas de 26 marcas brasileiras para a Primavera-Verão 2009.
A participação da poderosa Colcci e da jovem Reserva na São Paulo Fashion Week, somada à estreia do Espaço Fashion, no Rio de Janeiro, diz muito sobre a mudança do poder no mercado de moda no Brasil. Colcci e Reserva seguem o caminho que já tomaram Maria Bonita, Osklen e Isabela Capeton, que, sem perderem o DNA carioca, perceberam onde está quem o consome. Mesmo perante este cenário, o Rio de Janeiro continua lindo e a semana da moda é, verdadeiramente, uma festa. Nos bastidores das tendas improvisadas na Marina da Glória, hits de Scarlett Johansson e Hercule & Love Affair saem de altifalantes JBL ligados a iPods e misturam-se ao incessante barulho dos secadores. Cheira a maquilhagem importada e os aromas exclusivos by Comme des Garçons foram recentemente trazidos de Paris por modelos, bookers, estilistas. Do lado de fora, amontoam-se os fotógrafos, que desesperam pela oportunidade de captar as estrelas. Sem demoras, os desfiles começam, e antes que o estilista consiga terminar os seus agradecimentos na passerelle, o público fashion levanta-se e, de forma apressada, dirige-se aos lounges montados pelos patrocinadores, para bebericar uma tacinha de espumante, petiscar comidinhas de chefs estrelados e ganhar brindes, muitos brindes.
A poucos passos dali, o ambiente muda, e o visual mais moderno dá lugar a uma decoração sobretudo funcional. No Fashion Business, o assunto é sério: vendas. Como insistem os organizadores, os lojistas preferem fazer compras no Rio de Janeiro em vez de São Paulo, por causa dos engarrafamentos sem fim da capital paulistana e também para poderem usufruir das belezas naturais da Cidade Maravilhosa. É o que acontece com José Maria, de Cascais, que fornece peças para uma extensa rede de lojistas multimarcas, inclusive o El Corte Inglés. Ele confessa que uma das vantagens da área que escolheu para investir, depois de se ter reformado da Petrobrás, é poder ir ao Brasil com a família duas vezes por ano.
Balanço final
Os expositores do Fashion Business, notaram, nesta edição, uma melhoria na organização. É o caso de Márcia Azzi e Leo Wainstock, da Lucidez, a marca que fez o desfile técnico mais aplaudido do evento. A luta, agora – para marcas conceituadas como a da designer de bolsas Glorinha Paranaguá –, é fazer o comprador internacional entender que o Fashion Business não é uma feira de oportunidades, com peças a preços baixos, mas antes um acontecimento dirigido às classes mais altas, que apreciam o requinte e a elegância e que, obviamente, pagam preços elevados.