Isabel Nunes apresenta, em Lisboa, até 17 de novembro, a exposição Fado: Pintura & Joalharia, onde as suas telas se fundem com as joias de Lia Gonçalves, numa mostra de fado e destino marcado.
Na sua essência, a pintura e a joalharia são formas de arte independentes e quase parece impossível conseguir estabelecer um paralelo entre ambas. Porém, se formos capazes de olhar atentamente para estes dois elementos, os pontos de contacto surgem de forma natural. A sua cumplicidade torna-se desejável, instrutiva e útil, e as suas expressões artísticas clarificam-se mutuamente, como espelhos, através da sua própria vitalidade e criatividade.Isabel Nunes compreendeu perfeitamente esta ligação e pretende transmiti-la através da mostra Fado: Pintura & Joalharia.As telas da artista fundem-se com as joias de Lia Gonçalves, numa mostra dedicada à Alma Lusitana. Esta é uma exposição única, onde o poder criativo e a sensibilidade artística das duas criadoras se descobrem em cada pormenor, de forma inúmera e admirável. Patente até 17 de Novembro, no Espaço Cultura Ageas, no Parque das Nações, contou com produção, organização e divulgação da Art For You.
As Artistas
Isabel Nunes nasceu na Parede, Cascais. Licenciou-se em História, opção História de Arte, pela Universidade Nova de Lisboa. Após anos de prática de pintura livre, frequentou, entre 1991 e 1993, o curso de Pintura da Academia de Artes Visuais de Macau, tendo ainda frequentado a International School of Art, em Montecastello di Vibio, Itália, e a Painting Masterclass na Slade School of Fine Art do University College of London, Reino Unido. Integrou mais de três dezenas de exposições coletivas, no estrangeiro e em Portugal, salientando-se as realizadas na Galeria da International School of Art, em Montecastello di Vibio; na Galeria de Exposições da Casa Garden, em Macau; na Galeria do Northern Trust Bank of Naples, na Florida; na Pearson Gallery, Londres; naArte Expo 99, em LasVegas; e na coletiva de apresentação do projeto “Born in Europe”, em Berlim. Entre as muitas exposições individuais (mais de quatro dezenas) destaca-se a apresentação em Macau, em 2012, da exposição A Geração de 500, no Consulado Geral de Portugal, integrando as celebrações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, depois de ter sido exibida no Núcleo de Arte Sacra do Museu Municipal, Alcochete; no Colégio dos Jesuítas – Universidade da Madeira, Funchal, integrando as comemorações “Funchal 500 Anos”; na Igreja da Graça, Santarém; na Igreja de Santiago, Castelo de Palmela; na Moagem – Cidade do Engenho e das Artes, Fundão, e no Panteão Nacional, Lisboa. Realizou diversas exposições temáticas e encontra-se representada em diversas coleções privadas e públicas, em Portugal, Macau, Reino Unido, Finlândia, Alemanha e nas coleções do Papa emérito Bento XVI e do Papa Francisco,Vaticano. Lia Gonçalves, natural de Viana do Castelo, é formada em Joalharia pela ESAD/Matosinhos (Escola Superior de Artes e Design), onde, em 2010, concluiu também o mestrado em Design de Produto. Embora no seu percurso tenha começado por contactar com o mercado tradicional e, particularmente, com a indústria da filigrana, o seu trabalho baseia-se numa abordagem contemporânea à joalharia de autor, explorando linguagens que traduzem a preferência por uma estética minimalista e, ao mesmo tempo, a preocupação com questões ligadas à funcionalidade da peça. A partir de uma base clássica, que destaca o processo manual, mas fortemente influenciada por ideias e conceitos de vanguarda, explora, sobretudo, linhas geométricas e elementos orgânicos, propondo formas simples que a usuária pode, muitas vezes, recriar, reinterpretar e/ ou personalizar. O foco das suas criações, que começa por estar no “eu”, procura assim implicar ativamente o “outro”, salientando o conceito relacional que estabelece os limites entre o corpo habitável e a própria joia. Servem-lhe de inspiração tanto os elementos exteriores que a rodeiam, quanto o insignificante, o nulo e o intangível.Pode ser uma textura, um movimento, ou simplesmente uma ideia…