REGRESSO DE UMA GERAÇÃO PREPARADA
A Fundação AEP, uma entidade nacional de utilidade pública que compõe o chama- do Grupo AEP – Associação Empresarial de Portugal, Câmara de Comércio e Indústria, tem vindo desde há dois anos a desenvolver um projeto estruturante para o país, designado por “Empreender 2020 – O Regresso de uma Geração Preparada”.
Tendo como principal objetivo estimular o espírito empreendedor no seio da diáspora portuguesa, com o foco dirigido aos jovens qualificados que nos últimos anos têm deixado o país em busca de um futuro melhor, este projeto procura, deste modo, identificar e fomentar condições para que alguns desses jovens possam regressar a Portugal com o intuito de desenvolverem dinâmicas incitativas e projetos empreendedores. Percecionado como um projeto estratégico para o país, que tem emigrados milhares de jovens qualificados, motivados essencialmente por razões profissionais e razões económicas, ainda no decurso do ano passado o Governo português robusteceu a iniciativa através do apoio da rede diplomática e cooperação financeira para o retorno destes jovens portugueses. O interesse e a utilidade estratégica do regresso desta geração, comummente designada como a “geração portuguesa mais bem preparada de sempre”, estão na base da realização de uma conferência internacional, intitulada “Portugal e os Jovens Qualificados da Diáspora”, promovida pela Fundação AEP, no âmbito do Empreender 2020 e que pretende ser um espaço de reflexão e debate sobre o potencial dos jovens qualificados que emigraram nos últimos anos. O volume de iniciativas e a rede de parcerias e protocolos que têm sido estabelecidos ao longo dos últimos anos em torno do fenómeno da emigração de jovens qualificados são reveladores do impacto deste êxodo no presente e no futuro de Portugal. De facto, enquanto os agentes políticos, sociais e económicos não criarem as condições necessárias para fixar no território nacional o imenso capital humano e o produtivo manancial de conhecimento que constituem as jovens gerações portuguesas, operando assim uma indispensável transição de paradigma socioeconómico de emigração para imigração, Portugal perdurará um país adiado, sem jovens e sem futuro.
por Daniel Bastos