Regresso aos mercados antes do previsto, alargamento dos prazos das maturidades do empréstimo europeu e flexibilização das metas do défice. Algumas notas positivas para uma economia em sofrimento.
Com a perspetiva de um 2013 ainda difícil para Portugal e para os portugueses, o ano começou com algumas boas notícias que ajudam a manter viva a esperança de que a inversão das tendências negativas, que vêm sendo regra nos últimos anos, finalmente aconteça. Um inesperado regresso aos mercados por parte de Portugal foi a primeira dessas boas notícias. Com a ajuda do Banco Central Europeu, o Governo de Passos Coelho conseguiu emitir dívida de longo prazo, a cinco e a 10 anos, o que levou a uma elevada procura por parte dos investidores e permitiu uma baixa dos custos soberanos. BESI, Barclays, Morgan Stanley e Deustche Bank participaram nesta emissão de 2,5 mil milhões de euros, em que a procura ultrapassou 4,8 vezes a oferta.
Emissão de dívida
O presidente do BCE tinha avisado, logo no início do ano, que “as nuvens mais negras que assombravam a zona euro ficaram para trás” e esta emissão de dívida, que teve igual resultado em Espanha, foi uma das provas dessa realidade. Entretanto, Portugal juntou-se à Irlanda e negociou com os restantes países da zona euro uma possível extensão das maturidades dos empréstimos financiados pelo Fundo Europeu de Estabilização Financeira e pelo Mecanismo Europeu de Estabilidade, de modo a facilitar o seu regresso aos mercados de dívida secundária, previsto para este ano. Na última reunião do Eurogrupo, em início de fevereiro, os ministros das Finanças europeus chegaram a um acordo de princípio sobre esse prolongamento do prazo dos empréstimos de assistência financeira concedidos a Portugal e à Irlanda, o que acabou por ditar um olhar mais otimista por parte dos mercados a estas economias. (…)