ANA AEROPORTOS

“CONSTATAMOS QUE TEMOS VINDO A MELHORAR”

Com 55 anos, João Nunes é actualmente o director do aeroporto de Lisboa. Preocupado em oferecer o melhor aos passageiros, acredita que os serviços prestados têm vindo a “melhorar”, mas confirma que há ainda muito a fazer. Tal como revelou à FRONTLINE, está consciente de que existem problemas que muito dificilmente serão resolvidos, sendo um dos mais sentidos pelos passageiros o atraso nas bagagens. Quanto à construção de um novo aeroporto, João Nunes afirma que depende da “forma como Portugal, estrategicamente, se quiser posicionar no âmbito do modo de transporte aéreo”, tendo em conta que um “investimento, nesta área, rapidamente se traduz em resultados”.

Quem é João Nunes?

João Nunes é um cidadão português com 55 anos, casado, com dois filhos, um rapaz e uma rapariga, e duas netas. Em termos profi ssionais e habilitacionais, em 1978 estava no Instituto Superior de Agronomia e resolvi concorrer à ANA. O meu pai estava a trabalhar no aeroporto e havia um certo “bichinho”, acabei por ser admitido nas operações aeroportuárias e ingressei na ANA nessa altura. Estou cá desde então. Aquilo que eu estava a estudar não era compatível com a nova actividade e aquela não era, de todo, a minha vocação: abandonei Agronomia e especializei- me na área de Aeroportos.

 

Que cargos ocupou antes de chegar a director do aeroporto de Lisboa?

Estive, entre 1979 e 1987, nas operações aeroportuárias, e em 1987, concorri para ser formador de todos os aeroportos do universo ANA. Estive cinco anos como responsável de operações no Centro de Formação da ANA. Em1992, propuseram-me ir para uma direcção de assessorial ao Conselho de Administração. Estive lá dois anos, numa altura em que tive oportunidade de entrar no ultimo estudo de localização do novo aeroporto de Lisboa. Em 1994 aceitei um desafi o marcante na minha carreira e fui abrir um aeroporto em Macau, a partir do zero, com a equipa que levei comigo em 1995. Permaneci naquela região até 2000, ano em que regressei e integrei, uma vez mais, uma direcção de assessoria ao Conselho de Administração. Já em 2005 fui convidado a vir para o aeroporto de Lisboa como director-adjunto e, no início de 2011, assumi a posição de director do aeroporto.

Como estão a ser estes primeiros tempos do director do aeroporto? Quais têm sido as principais dificuldades?

Nesta fase sinto um peso de responsabilidade maior, por que a carga está toda sobre a minha cabeça, independentemente da equipa que tenho – que é uma boa equipa. As maiores dificuldades prendem-se com o facto de nos estarmos a aproximar de forma célere da conclusão do plano de expansão do aeroporto. Durante todo este tempo, a nossa principal preocupação foi a de nunca afectar a capacidade e, mais do que isso, foi a de nunca degradar o serviço prestado. Padecemos de ser um aeroporto do início dos anos 40, que foi crescendo desequilibradamente, e infelizmente deparamo-nos com alguns problemas de muito difícil solução ou praticamente impossíveis de resolver. Felizmente, tirando o ano de 2009, durante o qual tivemos uma quebra, o tráfego continua a crescer. (…)