“A BMW É LÍDER NO SEGMENTO PREMIUM”
Empenhado em conduzir o BMW Group ao sucesso em Portugal, Mário Fernandes, o diretor-geral, faz um balanço muito positivo deste primeiro ano de atividade. Desafiado a dar um novo impulso à organização e a prepará-la para aquilo que está a acontecer, que é um crescimento significativo do nível de atividade e do volume de vendas, Mário Fernandes afirma que 2015 será certamente o “melhor ano para a BMW”. Pretendendo deixar uma marca de sucesso com base numa liderança inspiradora e visionária, o diretor-geral ambiciona ter uma organização que “acredita que o caminho é este” e que seja capaz de fazer “o resto do caminho” rumo ao “sucesso”.
Que balanço faz deste seu novo desafio como diretor-geral do BMW Group?
Faço um balanço muito positivo, já passou um ano desde que assumi estas novas responsabilidades e, claramente, o balanço deste primeiro ano de atividade é muito positivo. Em termos de performance tivemos, em 2014, um resultado histórico. Em termos de vendas, 2014 foi para o BMW Group Portugal o melhor ano de sempre e, portanto, esse resultado histórico abrange também a segunda metade do ano em que eu tinha já assumido estas responsabilidades. Positivo, também, porque conseguimos atingir o objetivo de estarmos na liderança do segmento premium, que é claramente um dos objetivos que temos para a companhia. Positivo ainda porque, relativamente a um horizonte temporal diferente, relativamente à estratégia do BMW Group para Portugal, foi diagnosticada a necessidade de dar um novo impulso à nossa estratégia para o mercado português. Temos feito, ao longo deste ano, um trabalho importante com a organização, para que, em termos de cultura organizacional, e em termos de abordagem estratégica de médio prazo, possamos criar as condições para estarmos preparados para aquilo que aí vem nos próximos anos. Esse foi um exercício muito interessante e muito importante para preparar a organização para o médio prazo.
Como define o BMW Group? E a BMW?
O BMW Group é composto por quatro marcas: a BMW, a BMW Motorrad, a MINI e a Rolls Royce. A BMW é a marca que faz maior volume de negócios dentro do grupo e, em Portugal, caracteriza-se pelo seu carácter aspiracional e por elevados padrões de desempenho e de resultados.
A liderança da BMW em Portugal no setor premium é uma meta?
É um dos nossos objetivos.
Qual a importância desta empresa/marca para o mercado nacional?
É grande. A BMW tem uma posição relevante. Em 2014, foi a quarta marca, em termos de performance e de volume de vendas no mercado nacional. Este posicionamento e os volumes que a marca faz no mercado nacional posicionam-na como uma marca relevante no setor automóvel. De referir que quando o BMW Group iniciou funções em Portugal, a BMW era a 13.ª marca do mercado, e ao longo destes 10 anos fizemos este percurso.
Desde que assumiu o cargo de diretor-geral do BMW Group quais foram as suas conquistas? Quais têm sido as principais dificuldades que tem enfrentado?
Em termos de conquistas, eu acho que a performance que nós obtivemos no mercado português, ao longo deste ano, mas em particular no ano de 2014, foi muito elevada dentro do grupo. As quotas de mercado e de segmento que a BMW tem no mercado português são claramente das mais altas em todo o mundo.
Nós tivemos no início deste ano um reconhecimento, dentro do grupo, pelo posicionamento que atingimos no final de 2014, porque a performance da organização BMW em Portugal ficou no top 3 das performances da marca em termos europeus. Temos uma quota de mercado superior a 7% e uma quota no segmento superior a 33%, e isto são resultados realmente elevados dentro do universo BMW e, portanto, em termos de conquistas, eu diria que esta elevada performance, quer do ponto de vista quantitativo quer do ponto de vista qualitativo, foi brilhante. Em termos de desafios, o maior que enfrentei foi a necessidade de dar um novo impulso à nossa organização em Portugal e a necessidade de preparar a organização para aquilo que está a acontecer, que é um crescimento significativo do nosso nível de atividade e do nosso volume de vendas.
Como caracteriza atualmente o mercado automóvel em Portugal?
É um mercado que está em franca recuperação, mas tudo isto é relativo. O mercado automóvel em Portugal, em termos de vendas, produziu nos primeiros anos deste século 300 mil unidades, em veículos ligeiros de passageiros. Depois estabilizou nas 200 mil unidades. Depois de 2010 houve uma queda acentuada no mercado automóvel. O caminho da recuperação tem um potencial tremendo e o ano de viragem foi, claramente, 2014. O nosso crescimento é significativo e os nossos colegas europeus ficam muito admirados com este crescimento no mercado automóvel, numa altura em que a nossa economia ainda está débil e instável e existem ainda muitos pontos de interrogação relativamente ao futuro macroeconómico do país. Muitas pessoas ficam surpreendidas com a evolução que o mercado português está a ter, que é uma evolução muito positiva.
Que medidas poderão ser tomadas por parte do Estado de modo a incentivar a retoma do setor automóvel?
Na área da fiscalidade há muito por fazer, desde a redução do ISV [Imposto Sobre Veículos] até à questão da dupla tributação. Há uma questão de fundo que é importante, a fiscalidade em Portugal no setor automóvel deveria caminhar mais no sentido do imposto de circulação e menos no do imposto à matrícula, e o que acontece hoje em dia é que o imposto no ato da matrícula é muito alto pela dupla tributação que existe. A redução da carga fiscal no momento da matrícula é desejável, até para harmonizarmos aquilo que é a fiscalidade em Portugal com aquilo que se passa nos outros mercados europeus. De igual forma importante, acho que são os incentivos ao abate. Com a idade do parque automóvel nacional, que se agravou significativamente nos últimos anos, acho que tudo o que possa vir em termos de incentivos ao abate é bem-vindo, porque a renovação do nosso parque automóvel é uma necessidade.
O que está a ser feito pela BMW para incentivar os consumidores?
Destaco a renovação dos nossos produtos, que estão claramente mais adaptados ao mercado português e aos padrões de consumo dos clientes em Portugal. Temos modelos de entrada de gama mais baixos, com motorizações mais baixas que permitem este movimento de downgrade que se tem verificado no mercado português. Esta renovação da gama está também a ser feita com produtos novos, em novos segmentos em que nunca estivemos, e temos um bom exemplo com o Série 2 Active Tourer e agora com o Gran Tourer. Estamos a entrar no segmento dos monovolumes, onde a marca nunca esteve anteriormente, para procurar criar maior atratividade em determinados segmentos. Estamos também a alterar a nossa imagem na rede de concessionários, temos um projeto de renovação da imagem de marca nos pontos de contacto com clientes. Em termos do processo de vendas, estamos a introduzir alterações significativas no sentido de irmos ao encontro daquilo que são as tendências dos consumidores hoje em dia.
Qual é o segmento que falta, neste momento, à BMW?
Na BMW temos, numa extremidade, a BMW M, na outra extremidade, a BMWi – produtos com ofertas completamente diferentes –, e no meio temos produtos que podem ir ao encontro das necessidades funcionais de qualquer cliente.
Qual foi o vosso volume de vendas no ano passado? E no primeiro trimestre de 2015? Que valores esperam atingir este ano?
No ano passado vendemos cerca de 13 mil unidades no mercado português entre BMW, MINI e BMW Motorrad. Este ano, no primeiro trimestre, foram cerca de 4600 unidades das três marcas, o que nos leva a crer que 2015 será, claramente, o nosso melhor ano de sempre. Vamos ultrapassar a nossa performance de 2014. Para 2015, o desafio que foi lançado à organização foi o de fazer este como o nosso melhor ano em Portugal, em cada uma das nossas áreas de negócio. Os resultados do primeiro quadrimestre apontam nesse sentido.
Que lançamentos podemos esperar este ano?
Na BMW, este ano vamos lançar 12 produtos novos, alguns dos quais já aconteceram. Começámos o ano com o Série 2 Cabrio, depois com o Série 1, depois tivemos os X5M e X6M, Série 6 Cabrio e Coupé, Série 6 Gran Coupé. Estes foram lançamentos que já aconteceram. Em Junho, tivemos o lançamento do Série 2 Gran Tourer. No próximo semestre os lançamentos mais relevantes da marca BMW serão o X1, porque é um modelo muito importante para nós e que vai sofrer alterações significativas, e o novo Série 7, que será o lançamento mais importante do ano.
E em termos de inovações tecnológicas? O que está previsto?
O Série 7 é um modelo que se adapta às nossas necessidades, é sóbrio, discreto, em termos de linhas e de design. As grandes inovações surgirão no interior, em termos de tecnologia, conforto, luxo – o posicionamento deste modelo é de luxo contemporâneo. Ao nível das tecnologias, posso referir o parqueamento – o carro pode ser estacionado sem condutor, através do comando da chave – ou o comando gestual – já ultrapassámos a fase do touch, agora podemos aceitar e rejeitar chamadas com um simples gesto.
A aposta da BMW na mobilidade elétrica está a ter o retorno esperado?
Sim. Temos que separar o que é o grupo, da realidade em Portugal. No nosso país este continua a ser um mercado de nicho, embora tenhamos assistido à implementação da fiscalidade verde e ao aparecimento de novos produtos nesta área de outras marcas concorrentes. Acredito que este nicho vai ter um impulso significativo este ano, continuando, contudo, a ser um segmento de nicho. Relativamente a Portugal, estamos satisfeitos com o que fizemos no primeiro ano de atividade do BMWi e com aquilo que está a acontecer este ano e acreditamos que, em 2015, temos capacidade para duplicar o que foi o nosso primeiro ano, fruto deste novo enquadramento, da fiscalidade verde.
Quantos veículos elétricos, com a chancela da BMW, já circulam em Portugal?
Cerca de 150.
Qual a estratégia da BMW para o futuro? Quais os principais objetivos que esperam atingir?
Sem dúvida que esperamos continuar a manter a liderança do fornecimento de produtos e serviços premium no mundo automóvel. A liderança deste segmento é, claramente, a ambição da marca em termos mundiais. Portugal está alinhado com os objetivos da marca e a nossa estratégia passa por isso.
Daqui a quanto tempo poderá atingir esse objetivo?
Essa liderança já é uma realidade neste momento. Em Portugal a BMW é líder do segmento premium há mais de 10 anos”.
Que marca pretende deixar no BMW Group?
Uma marca de sucesso com base numa liderança inspiradora e visionária, que tem como objetivo conduzir a organização da BMW em Portugal ao sucesso. Sendo que sucesso, neste caso, se poderá medir em termos de desempenho, performance, resultados, mas também em termos de satisfação dos clientes e dos colaboradores, dos profissionais que constituem a organização BMW em Portugal. Queremos atingir sucesso nestas várias vertentes, queremos encontrar formas de superar as expectativas dos clientes e de fazer com que fiquem verdadeiramente felizes com o que têm. E no caso das performances e dos resultados, queremos atingir níveis de excelência para podermos ser reconhecidos dentro do universo BMW como um mercado de grandes performances. Eu quero ser o mentor e ter uma organização que acredita que o caminho é este e que saiba fazer o resto do caminho para atingirmos estes patamares de sucesso.