Numa clara reflexão sobre a mudança que o Governo operou no país nestes três anos de legislatura, Luís Marques Guedes, ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares, apresentou as suas ideias num almoço-debate promovido pelo International Club of Portugal.
Numa intervenção subordinada ao tema “Da bancarrota ao crescimento económico – Três anos de emergência superados pelos portugueses e que mudaram o País”, Luís Marques Guedes, o ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares, começou por afirmar que muitos daqueles que inundaram a comunicação social com profecias de incapacidade de o país se levantar do chão, cumprir as condições do resgate e reganhar esperança no seu futuro coletivo, “erraram!”. Embora tenha sido um percurso de grandes mudanças e de enormes dificuldades e sacrifícios, a verdade é que Portugal conseguiu sair da bancarrota e rumar “ao crescimento económico”. Na opinião do ministro, a situação de emergência para a qual Portugal foi “atirado” deu-nos uma “evidente lição” e fomos capazes de perceber que o acumular de políticas e decisões irresponsáveis arruínam o país, e recuperá-lo obrigou os portugueses a “muitos e longos sacrifícios”. A verdade é que com o sacrifício de todos fomos capazes de superar esta “situação de emergência”. Tal como afirmou Marques Guedes, ainda não pusemos um “fim às dificuldades”, uma vez que estas “continuam grandes”, mas fomos capazes de, por um lado, “vencer a emergência em que tínhamos caído” e, por outro, reconquistar “a confiança internacional e a autonomia para voltarmos a ter escolhas e decisões próprias”.
As reformas executadas por este Executivo permitiram não só reconquistar a soberania, mas também criar as condições para um desenvolvimento sustentável e, tal como referiu o ministro, “o Eurostat confirmava, em maio de 2014, a continuada descida do desemprego, situando-o então nos 14,3%, o que correspondia a uma queda de 2,6 pontos percentuais face ao ano anterior”. Portugal virou a página, mas, como fez questão de frisar Marques Guedes, “mal estará quem prefira esquecer as lições daquilo por que passámos, como é o caso do principal partido da oposição”. Com as suas constantes propostas de um regresso ao passado, o PS é hoje, para o ministro, “um partido a olhar para trás”, e quem está a olhar para trás inevitavelmente “ziguezagueia” e “não anda para a frente”. O ministro da Presidência apontou a Grécia como um exemplo que permite antecipar o que se passaria em Portugal “com as fantasias apregoadas pelos socialistas”. Num tom muito crítico para a oposição, Luís Marques Guedes recusou a demagogia que aponta a austeridade como causa da grave situação por que passou Portugal, sublinhando que não se pode confundir a causa com a consequência. “O mal vinha detrás, das políticas erradas que levaram a gravíssimos desequilíbrios e colocaram o país numa situação de menoridade. Essa foi a causa do desastre, e a austeridade a que fomos forçados, a sua consequência”, enfatizou. Dramatizando que “reabrir o caminho do aventureirismo” poderá colocar em causa os resultados alcançados “com tanto sacrifício”, Marques Guedes apresentou o mandato do atual Governo de maioria PSD/CDS-PP como “um dos mandatos de maiores mudanças da nossa democracia”, embora “não isento de erros e percalços”.
Olhando com realismo e seriedade intelectual, é indubitável a magnitude do caminho percorrido. O ministro afirmou ainda que o Portugal 2020 será o principal veículo de investimento para os próximos anos. O país precisa de persistir numa agenda reformista, construindo as bases de uma sociedade mais próspera e mais justa. “A luta contra o desemprego continua, em nome dessa justiça social, a ser a primeira prioridade”, sublinhou. Contrariando as teses dos adversários e a opinião de muitos, Marques Guedes afirmou que é necessário “persistir no caminho que provou proporcionar resultados indesmentíveis”.