EMIGRANTES PORTUGUESES

EM BUSCA DOS SONHOS PERDIDOS

Homens e mulheres, jovens, cada vez mais licenciados e com estudos qualificados. É este o rosto dos novos emigrantes portugueses que todos os anos abandonam o País em busca de melhores oportunidades no estrangeiro.

 

Ao contrário dos pais e avós, que na década de 60 e 70 procuraram a sorte lá fora, fugindo da pobreza, das amarras do regime de Salazar com o intuito de ganhar dinheiro e regressar ao país de origem, há uma nova vaga de emigrantes lusos que procura sobretudo sonhos e novos horizontes. Sentem que Portugal, ainda mais agora que está mergulhado numa grave crise financeira, é pequeno demais para os projectos que têm em mente e procuram outros territórios onde o seu talento seja reconhecido e, claro, recompensado de acordo com o que vale. O desemprego crescente no País é outro dos motivos que os levam a tentar a sorte lá fora. Segundo os últimos dados do Observatório da Emigração, são cerca de 70 a 80 mil os portugueses que todos os anos abandonam o País em busca de novas oportunidades. Muitos já não vão trabalhar para a construção civil na Alemanha ou limpar casas e fazer trabalho pouco qualificado em França. São cérebros que conquistam lugares de topo em grandes multinacionais, estudantes que querem aprender nas melhores universidades do mundo e conquistar novos horizontes. Neste momento, estima-se que sejam mais de 1,7 milhões os portugueses que residem no estrangeiro, e isto, apenas nos 10 países que mais portugueses têm. França continua a liderar a tabela, ainda muito fruto da emigração dos anos 70 que por lá foi ficando. Nas terras de Sarkozy vivem actualmente 567 mil portugueses, seguindo-se os EUA com 217 mil emigrantes lusos e o Brasil com 213 mil. Suíça, Canadá, Espanha, Alemanha, Reino Unido, Venezuela e Luxemburgo completam a lista dos 10 países que mais portugueses têm a residir no seu território.