CARLOS MINEIRO AIRES

conheca-as-tres-ondas-da-revolucao-digital-nos-negociosTRANSFORMAÇÃO DIGITAL UMA APOSTA NO CAMINHO DO FUTURO

Estamos perto de perfazer 48 anos sobre o envio do primeiro email, muito embora apenas na década de 80 do século passado a sua utilização se tenha banalizado.

O primeiro smartphone, uma designação algo generosa quando comparada com os atuais modelos que nos habituámos a utilizar, surgiu em 1994 e, a partir de aí, as evoluções e a concorrência dos grandes fabricantes trazem constantes desenvolvimentos e novas facilidades para todos os fins, o que nos levou a esquecer que a finalidade inicial do telemóvel era apenas a da portabilidade de um meio de comunicação. A evolução dos laptops e dos tablets também é constante, e a capacidade quase infinita dos computadores fez com que, sem que nos tenhamos apercebido, passássemos a viver num mundo completamente novo. Hoje temos na palma da mão, e ao nosso dispor, meios poderosos que nos permitem alterar o nosso modo de vida, a forma de intercomunicar, de trabalhar e de interagir num contexto global. O modo como obtemos a informação levou-nos a optar pelos sites e pelos formatos digitais de publicações que eram disponibilizadas exclusivamente em papel, o que teve significativos impactos no modelo do negócio, nas redações e na própria sustentabilidade da comunicação social, incluindo a televisão.

Evolução sem precedenteshome-banner-two-new

A nossa forma de interagir com os equipamentos domésticos evoluiu, as casas inteligentes são uma realidade e outras soluções foram estendidas e desenvolvidas para todos os domínios da atividade industrial e económica, em campos tão distintos que vão desde a área aeroespacial à construção civil e até à agronomia e à gestão florestal. A impressão 3D e a conceção de máquinas que fabricam máquinas, num processo autorreprodutivo, são realidades até há pouco inimagináveis. Graças à ciência, à investigação e à engenharia, a evolução das tecnologias foi muito rápida e pautada pela imprevisibilidade do seu próprio futuro. No final do século XVIII, a primeira revolução industrial utilizou a energia do vapor de água para mecanizar a produção, com grande contestação social como é sabido. A segunda revolução (1850 a 1945) recorreu à energia elétrica para o mesmo fim, e a terceira (1950 a 2000) baseou-se na eletrónica e nas tecnologias de informação, onde sobressaiu a Internet, tendo-se iniciado a automatização da produção. A agora designada quarta revolução industrial, embora seja uma evolução dos desenvolvimentos tecnológicos que a precederam, recorre à proliferação de robôs integrados em sistemas ciberfísicos, que originarão uma transformação radical.

Indústria 4.0Pg70

Tornou-se corrente a designação “Indústria 4.0” e tomámos consciência de que a adequação das capacidades nacionais, para podermos dar resposta a estes novos paradigmas, é crucial para o nosso crescimento e desenvolvimento, tendo surgido novos desafios que, uma vez mais, são marcados pela constante imprevisibilidade dos desenvolvimentos que a engenharia tem de ser capaz de assegurar. Deixámos de falar em reindustrialização, porque um upgrade vs 4.0 ocorreu na indústria e no quotidiano, o que poderá aumentar os níveis de rendimentos e melhorar a qualidade de vida da humanidade, embora enferme de outros riscos.