AUTÁRQUICAS 2013

UM OLHAR POR TRÊS CONCELHOS

Cascais, Oliveira de Azeméis e Proença-a-Nova são três dos 308 municípios que a 29 de setembro vão escolher os seus novos responsáveis autárquicos. Com a crise a bater à porta dos portugueses, os candidatos procuram trazer discursos de esperança.

 

Em setembro é hora de os portugueses voltarem a escolher os seus candidatos autárquicos. A meio de uma crise económica e financeira sem precedentes, o poder local ganha uma nova importância e as eleições são vistas como um momento de consulta popular bastante significativo. Este mês, olhamos para três concelhos do país: Cascais, Oliveira de Azeméis e Proença-a-Nova.

 

Mais próximo dos cidadãos

Começando mais a sul, a vila de Cascais tem, para já, três candidatos. O atual presidente da Câmara, Carlos Carreiras, passou de vice de António Capucho a número um da autarquia, consolidando um trabalho que, espera, possa garantir nova vitória do PSD/CDS no concelho. Mas os socialistas prometem dar luta e foram buscar o conhecido João Cordeiro, ex-presidente da Associação Nacional de Farmácias, que conta com o general Ramalho Eanes como mandatário. Quando anunciou a candidatura, Carreiras lembrou que “há uma forte consciência de que ainda há muito por realizar, ainda para mais nos tempos difíceis que correm e que nos obrigam a ter uma ação ainda mais próxima dos cidadãos”. Carreiras assumiu funções de presidente há quase um ano por via da suspensão de mandato de António Capucho, admitindo que a saída imprevista do antecessor foi uma “oportunidade” para se dar a conhecer mais à população. Consciente, como todos os autarcas do PSD, de que evitar o “voto de censura” ao Governo é crucial nestas eleições, Carreiras lembrou recentemente que os candidatos social-democratas têm que “assumir” a  sua “opção política e partidária”. “Se as eleições autárquicas servissem para penalizar os governos nacionais, acredito que o PSD teria cem por cento, porque o PS seria altamente penalizado, já que é o grande responsável por o país estar nas atuais circunstâncias”, sustentou. Tem defendido também uma descentralização do poder. Os munícipes de Cascais terão ainda como opção no boletim de voto a candidatura da independente Isabel Magalhães, presidente da Fundação Cascais.

 

Um concelho exportador

Em Oliveira de Azeméis, Hermínio Loureiro é recandidato pelo PSD. Em comunicado, o partido lembrou que “ao longo dos quatro anos de mandato, Hermínio Loureiro afirmou o concelho de Oliveira de Azeméis a nível nacional, atraiu investimento externo, apostou na área do conhecimento e da inovação, promoveu a industrialização e internacionalização das empresas oliveirenses, criou e recuperou espaços verdes do nosso território, e, sobretudo, criou uma rede social forte, que permite uma ação eficaz e de proximidade junto dos mais desfavorecidos, das crianças e dos idosos”. O PS avança com Joaquim Ferreira, atualmente vereador da Câmara Municipal, e diz que se trata de “uma candidatura que se pretende aglutinadora da sociedade oliveirense e que corporize o sentimento de mudança necessária na gestão da autarquia”. Miguel Viegas é o candidato do PCP. Um dos polos de grande dinamismo económico de Oliveira de Azeméis, um dos concelhos mais exportadores do Norte do país, é a Área de Acolhimento Empresarial Ul-Loureiro, que está a beneficiar de um investimento de cerca de 15 milhões de euros e é financiado pelo FEDER. Uma zona que contou recentemente com o interesse da empresa chinesa Wuhan Industries.

 

Uma economia de “xisto”

Em Proença-a-Nova, o atual autarca é também recandidato. João Paulo Catarino, do PS, lembrou que “desde 2005”, quando se candidatou pela primeira vez, o emprego já era a sua prioridade. Sendo agora esta a bandeira dos socialistas a nível nacional e um dos problemas que mais aflige os portugueses, o autarca faz uma avaliação positiva dessa aposta, lembrando até que neste momento o concelho acolhe empresas como a Derovo e a Outsystems, existindo “em Proença mais de três dezenas de engenheiros informáticos a trabalhar para todo o mundo”. Têm ainda “uma carteira de projetos para o parque empresarial”. Durante o seu mandato, a autarquia apostou também na simplificação administrativa e processual e na promoção da cultura científica. O Centro Ciência Viva da Floresta aderiu recentemente ao projeto europeu “Places” para reforçar a ligação entre instituições e comunidade envolvente. A defesa da floresta é uma das principais preocupações da autarquia, uma vez que ocupa 80,7% do território e é a principal marca da economia da região, vocacionada para o turismo de natureza com as suas históricas aldeias de xisto. O PSD também já tem candidato: Jorge Tomé.