A OCASIÃO FAZ A RECORDAÇÃO
Ficar com uma “recordação” de uma unidade hoteleira da qual tenhamos gostado não é nenhum pecado, mas há hóspedes mais audazes que se aventuram noutras “águas”. Conheça a lista dos 10 objetos que mais desaparecem.
As amostras de champô, sabonete, gel de duche, creme hidratante ou até as escovas de dentes ou os packs de costura disponibilizados nas unidades hoteleiras são os produtos que, por excelência, os hóspedes escolhem para trazer para casa como “recordação” da sua estada. Contudo, quando a esta lista se juntam uma toalha ou um comando de televisão, o caso muda de figura! Na última sondagem do motor de pesquisa de voos e hotéis Jetcost, (www.jetcost.pt) descobrem-se dados realmente surpreendentes. Embora as amenities (produtos de higiene), a fruta ou os doces disponíveis no quarto sejam uma atenção do hotel para com o cliente, e possam ser levados como recordação, a verdade é que as bandejas ou os cestos onde os mesmos estão colocados não o são, porém, estes, estranhamente, também costumam desaparecer. Mas se está já a ficar incomodado com esta questão, prepare-se, porque outros furtos existem que têm ainda muito menos explicação. Senão veja-se, há clientes que levam, por exemplo, as pilhas do comando à distância e por vezes até o próprio comando – embora este não tenha nenhuma utilidade fora do quarto. Outros tiram as lâmpadas dos candeeiros e há mesmo quem ouse contrariar as leis do divino e leve consigo a Bíblia da gaveta da mesa de cabeceira. E porque o conforto é sempre o mais importante, há, também, aqueles hóspedes que levam alguma almofada ou cobertor do armário ou outros que têm a audácia de trocar o enchimento do edredão ou da almofada por outro de qualidade inferior – ele há muita imaginação para passar com o edredão pela receção sem que a presença do mesmo seja notada!
Perícia e engenho
Se falarmos de quadros, maçanetas, secadores de cabelo, toalheiros, espelhos, aparelhos eletrodomésticos, de música, entre outros que também desaparecem, facilmente percebemos que nestes casos passamos para o nível seguinte, ou seja, aqui já são necessárias ferramentas para pôr fim a uma vontade inexplicável de “desviar” um ou outro objeto. A sala de reuniões de negócios é um local especialmente tentador e – acredite se puder – chegam mesmo a desaparecer computadores e impressoras, além de resmas de papel. Para os objetos que possam dar mais nas vistas, os amigos do alheio conhecem alguns truques para não levantar suspeitas, como, por exemplo, fazer desaparecer alguma toalha ou roupão ou pequenas garrafas de licor do carro no corredor, quando se procede à limpeza ou reposição nos quartos. Outra possibilidade é levar louça ou talheres das bandejas do room service (serviço de quartos) de outros clientes, que são deixados no corredor, depois de utilizados. O minibar é outra tentação e não é raro que algum cliente consuma uma garrafa de vodka e a encha de água, dissimulando a tampa de rosca que a fechava antes. Ou que faça o mesmo com as de whisky e conhaque, substituindo o conteúdo por chá.
Um combate difícil
Por sorte, a maioria dessas recordações são de pouco valor, embora pouco a pouco o total passe a ser importante. A cadeia de Hotéis Holliday Inn, por exemplo, reconheceu que, em 2008, o roubo de toalhas tinha ultrapassado a quantidade de meio milhão. De forma a tentar combater esta realidade, alguns hotéis de cadeias internacionais com produtos de qualidade superior têm à venda, na receção do hotel, artigos com a respetiva marca, desde móveis e pratos a roupões e almofadas. Outras medidas contra estes furtos passam por fixar os cabides na barra do próprio armário, ou por instalar pequenos micro chips nas toalhas e nos roupões, que assim emitem um sinal ao sair do hotel. Em alguns minibares existe já um sistema eletrónico que regista, automaticamente, o consumo na conta do cliente, cada vez que se retira uma garrafa.
Ranking da vergonha
Segundo o estudo do Jetcost, mais de 76% dos turistas portugueses reconhecem que alguma vez levaram alguma coisa do hotel, enquanto os dinamarqueses são, aparentemente, os hóspedes mais escrupulosos, já que 88% deles afirmam que jamais desviaram algo do seu quarto do hotel. Neste quadro de honra, seguem-se os holandeses e noruegueses com uns 85% e 84%, respetivamente, que afirmam jamais ter levado algo do hotel onde se hospedaram. Pelo contrário, são os espanhóis, com 81%, aqueles que em maior percentagem reconhecem ter furtado alguma vez algum objeto dos hotéis onde se hospedaram.