CIÊNCIA NO FEMININO
A 12.ª edição do Prémio Mulheres na Ciência distinguiu Elisabete Oliveira, Ana Catarina Fonseca e Ana Faria. As três jovens cientistas foram galardoadas numa cerimónia que teve lugar no Pavilhão do Conhecimento e que contou com a presença de Maria Cavaco Silva.
Em 2004, a Comissão Nacional da UNESCO e a Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) lançaram as Medalhas de Honra Portugal para as Mulheres na Ciência, que apoiam anualmente jovens cientistas – doutoradas há menos de cinco anos e com idade até 35 anos – com projetos de investigação originais e relevantes, desenvolvidos em instituições portuguesas, nas áreas das Ciências da Saúde e do Ambiente. Em 12 anos, o programa premiou 37 investigadoras. Outros países criaram igualmente programas locais de apoio às Mulheres na Ciência, contribuindo para que mais de 2200 cientistas, de mais de 110 países, tenham já beneficiado destas iniciativas. Este ano, em Portugal, foram distinguidas mais três cientistas que se diferenciaram pelos projetos de investigação que têm vindo a desenvolver. O evento que marcou o final da 12.ª edição deste programa reuniu uma centena de convidados e teve como protagonistas as cientistas distinguidas, que subiram ao palco para receber a sua “Medalha de Honra”, símbolo dos 20 mil euros de financiamento que as ajudarão a prosseguir os projetos de investigação. Maria Cavaco Silva; a embaixadora Ana Martinho, presidente da Comissão Nacional da UNESCO; Ana Sanchez, do Conselho Diretivo da Fundação para a Ciência e a Tecnologia; e Cecília Arraiano, membro do júri científico, estiveram entre os oradores deste evento, que contou ainda com a intervenção de Rosalia Vargas, presidente do Pavilhão do Conhecimento, que acolheu e apoiou a iniciativa.
Projetos premiados
Ana Faria, de 34 anos, vai estudar de que forma os peixes do litoral português estão a ser afetados pelo aumento da acidez da água do oceano, uma consequência do aumento de níveis de CO2, que já se provou ter efeitos nefastos no ecossistema marinho, pondo em perigo a sustentabilidade dos peixes marinhos, um recurso essencial à humanidade. Elisabete Oliveira, de 32 anos, quer desenvolver uma nova geração de nanopartículas luminescentes, que vão depois ser usadas na descoberta de novos biomarcadores em células cancerígenas e na criação de dispositivos de distribuição e libertação controlada de fármacos nestas células. Pretende, assim, uma terapêutica mais incisiva, mas não invasiva, cuja ação possa ser monitorizada através da luminescência das nanopartículas e cujo doseamento controlado atenue os efeitos adversos, combatendo ainda a resistência à quimioterapia convencional. Ana Catarina Fonseca, de 34 anos, vai comparar a estrutura do coração de doentes que sofreram Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC) de várias origens, entre os quais os de origem indeterminada, para perceber se existem alterações que possam ser usadas para diagnosticar e prevenir novos AVC Isquémicos de etiologia indeterminada, nomeadamente aqueles que dependem atualmente de um demorado e nem sempre possível diagnóstico de Fibrilhação Auricular.