PARQUE E PALÁCIO MONSERRATE

9_Parque_de_Monserrate_creditos_Gerald_LuckhurstHISTÓRIA EDIFICADA

Próximos do centro histórico de Sintra e considerados uma das mais belas criações arquitetónicas e paisagísticas do Romantismo em Portugal, o Parque e o Palácio de Monserrate são testemunhos ímpares do ecletismo do século XIX.

A quatro quilómetros do centro histórico de Sintra, situam-se o Parque e o Palácio de Monserrate, testemunhos ímpares do ecletismo do século XIX. Os motivos exóticos e vegetalistas da decoração interior do palácio prolongam-se harmoniosamente até ao exterior, proporcionando uma atmosfera única e cheia de misticismo. Os jardins, bem como o relvado fronteiro ao palácio, são lugares mágicos que apenas podem ser descritos por quem os visita. A Quinta de Monserrate foi arrendada por Gerard de Visme (1789), um rico comerciante inglês que aí construiu uma casa em estilo neogótico. William Beckford subarrendou Monserrate em 1793-1794, mas em 1809, quando Lord Byron visitou a propriedade, a casa já estava em ruínas. O aspeto sublime do local foi fonte de inspiração para o poeta, que cantou Monserrate na sua obra Childe Harold’s Pilgrimage. A quinta tornou-se, depois, de visita obrigatória para viajantes estrangeiros, sobretudo ingleses, que a descreveram em inúmeros relatos de viagens e a ilustraram em gravuras. Um desses visitantes famosos foi Francis Cook, outro rico industrial inglês, mais tarde agraciado pelo rei D. Luís com o título de Visconde de Monserrate, que sub-rogou a propriedade em 1856. A sua aquisição efetiva acontece em 1863, iniciando-se, com o arquiteto James Knowles, a transformação do que restava da casa de De Visme. O Palácio de Monserrate, que exibe na sua decoração influências medievais e orientais, é, à semelhança do Palácio da Pena, um dos mais importantes exemplos da arquitetura romântica em Portugal.

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Os jardins circundantes receberam espécies vindas de todo o mundo e foram organizados por áreas geográficas, das quais se salienta a do México, que reflete as diversas origens das plantas e na qual se descobrem magníficos cenários ao longo de caminhos, por entre ruínas, recantos, lagos e cascatas. É graças à intervenção do pintor William Stockdale e do mestre jardineiro Francis Burt e, acima de tudo, ao espírito romântico de Francis Cook, que podemos hoje encontrar o Parque de Monserrate tal como ele é. Em 1949, o Estado adquiriu a propriedade, e tanto o parque como o palácio foram classificados como Imóvel de Interesse Público em 1975, integrando-se na Paisagem Cultural de Sintra, classificada pela UNESCO como Património Mundial da Humanidade desde 1995. Em 2000, a gestão do monumento foi entregue à Parques de Sintra, entidade responsável pela profunda intervenção de recuperação e restauro, que permitiu a reabertura do palácio e devolveu o esplendor de outrora aos jardins históricos do parque. Em outubro de 2013 Monserrate recebeu um European Garden Awards na categoria de “Melhor Desenvolvimento de um Parque ou Jardim Histórico”, um prémio que é atribuído anualmente pela European Garden Heritage Network.