ONDE INVESTIR EM 2016

48ESTICAR AS POUPANÇAS

Num depósito a prazo, a um ano, a taxa mais generosa é de 1,5%, por isso mesmo, a solução para melhorar os seus rendimentos passa pelos novos certificados do Tesouro ou pela bolsa. Duas opções, uma só finalidade: esticar as suas poupanças.

O início do novo ano trouxe algum alívio no orçamento das famílias uma vez que o salário mínimo subiu, os funcionários públicos começaram a receber as remunerações cortadas e a sobretaxa do IRS está a deixar, lentamente, de pesar no rendimento de uma grande fatia da população. Porém, esta maior disponibilidade financeira não levará a que a banca possa ajudar a esticar mais as poupanças. Com os tradicionais depósitos a prazo e certificados de aforro a renderem pouco mais de 0%, o melhor é procurar outras soluções e os certificados do Tesouro e a bolsa são alternativas bastante viáveis. Analisemos o ano de 2015, se em janeiro do ano passado os bancos começaram por oferecer taxas de 1,2%, no final de 2015, já se observavam juros entre 0% e 0,5% nos depósitos a um ano. Uma tendência que deverá manter-se.  Em 2016, a conjuntura económica não se deverá alterar significativamente, apesar de o Fundo Monetário Internacional prever uma ligeira aceleração do crescimento mundial. O crescimento económico na Europa deverá continuar fraco, o abrandamento chinês continuará a penalizar não só o país como também a maioria das economias emergentes e o preço das matérias-primas. Nos Estado Unidos, é muito provável que assistamos a uma subida das taxas de juro que, no entanto, deverá ser gradual e pouco acentuada. Apesar desta alteração nos Estados Unidos, o clima generalizado de baixas taxas de juro continuará a favorecer o investimento em ações em detrimento de outros ativos.

Alternativas viáveis49

Os Certificados do Tesouro Poupança Mais, a cinco anos, para que se possa beneficiar da taxa crescente, são um instrumento financeiro a ter em conta. Estes apresentam duas desvantagens: os juros não podem ser capitalizados (são transferidos anualmente para a conta à ordem associada à conta de aforro) e o facto de se perder os juros do ano se for solicitado o resgate antes de cada aniversário. Por exemplo, se tiver subscrito os certificados em dezembro e pedir o reembolso dentro de três anos e nove meses, em setembro de 2018, não receberá qualquer juro do quarto ano. A sua rentabilidade anual líquida seria de 1,01%, inferior ao que conseguiria se abandonasse o produto após receber os juros do terceiro aniversário, 1,26%. Os Certificados do Tesouro Poupança Mais são soluções interessantes para quem sabe que só precisará do dinheiro numa data de aniversário, de preferência no final do quinto ano. No entanto, antes de subscrever esta solução, confirme se não tem acesso a um depósito a prazo para a mesma maturidade com uma taxa de juro líquida mais alta. E não se esqueça que os Certificados do Tesouro Poupança Mais não podem ser movimentados durante o primeiro ano, mesmo que se trate de uma emergência. Outra das opções é investir em ações – seja diretamente seja através de fundos de investimento. Contudo, esta não é uma tarefa para um ano isolado. No curto prazo, os mercados acionistas são muito voláteis, por isso mesmo, é importante que escolha boas empresas a bons preços. Investir em ações com sucesso não tem de ser complicado, mas precisa de duas coisas: um intermediário financeiro barato que não lhe absorva os ganhos bolsistas e um grande controlo emocional. Defina os critérios de pesquisa que pensa que são os melhores e mantenha-os – não faça desvios. Para diminuir o risco de investir em ações, que, como se sabe, é elevado, além de um horizonte temporal de longo prazo, é essencial assegurar uma boa diversificação. O ideal é constituir uma carteira com 10 a 15 títulos diferentes, já que nem todos os países e setores são afetados da mesma forma pela conjuntura económica. Assim, eventuais perdas em algumas ações poderão ser compensadas por ganhos noutras.