NOS ALIVE

Arlindo_Camacho-AJC_0253MÚSICA E DIVERSÃO

No ano em que celebrou 10 anos de existência, o NOS Alive voltou a surpreender com um cartaz verdadeiramente excecional. Portugal esteve, uma vez mais, na rota dos grandes artistas internacionais. Mais de 150 mil pessoas passaram pelo recinto do NOS Alive nos três dias do festival, e esta foi a primeira vez em que todos os dias esgotaram.

No primeiro dia, os norte-americanos Pixies apresentaram um alinhamento em jeito de best of. A fechar a noite, a dupla The Chemical Brothers apresentou o seu último álbum, Born in The Echos, que recebeu da crítica muitas estrelas e que mantém Tom Rowlands e Ed Simons como uma referência da música eletrónica de Manchester. No palco principal o dia começou com o pop rock dos britânicos The 1975, que vieram mostrar o segundo álbum de estúdio: I like it when you sleep, for you are so beautiful yet so unaware of it. O palco Heineken, por onde passam, tradicionalmente, os artistas ou bandas mais alternativas ou as que ainda não recolheram massa crítica suficiente para encher o palco NOS, esteve também bastante animado com os Soulwax que são, desde há quase 20 anos, uma das bandas mais importantes da cena eletro rock belga. Os 2ManyDJs chegaram e sobraram para manter acesa qualquer plateia, porque além da habilidade técnica têm a capacidade e o sentido estético de misturar tudo e mais alguma coisa, quanto mais improvável melhor. No segundo dia deste evento, os Radiohead foram os cabeça de cartaz. A banda inglesa, que fez esgotar este dia num ápice, foi responsável por juntar, no palco NOS, a grande maioria das 55 mil pessoas. Os australianos Tame Impala regressaram ao Passeio Marítimo de Algés para dar a conhecer a sua viragem do rock para a pop psicadélica e a banda liderada por Kevin Parker merece todos os aplausos. Os Foals (conterrâneos dos Radiohead) trouxeram ao NOS Alive o quarto álbum de estúdio, What When Down, um disco indie pop rock mas que não apaga a memória de Antidotes. O palco Heineken recebeu algumas enchentes. Courtney Barnett está em alta e apresentou, pela primeira vez em Portugal, o álbum de estreia, Sometimes I Sit And Think, And Sometimes I Just Sit. A subida de Carlão ao palco foi um dos momentos altos da noite. O seu novo EP “Na Batalha” e o álbum Quarenta têm já uma legião de fãs. Os britânicos Hot Chip fecharam o segundo dia do palco Heineken. Os canadianos Arcade Fire são, há muito, uma banda de sucesso entre nós, acarinhada desde a estreia ao vivo em 2005, quando vieram apresentar o álbum Funeral (2004), e foram eles os mais desejados no terceiro e último dia do festival. Coube a Anthony Gonzalez a honra de fechar o palco principal na última noite e os M83 estão já entre as bandas francesas mais populares da atualidade, porque souberam criar, ao longo dos últimos 15 anos, um estilo próprio, pela forma como moldaram a eletrónica. O novo álbum Junk, que saiu no passado mês de abril, ainda não teve tempo de entrar no ouvido, pelo que a banda não pôde deixar de fora alguns dos seus êxitos. Os Band of Horses chegam de Seattle para apresentar, também no palco principal, o novíssimo Why Are You OK, editado este junho. Antes tocaram os espanhóis Vetusta Morla, um presente para os milhares de espanhóis que marcaram presença no NOS Alive. Neste dia, o destaque do palco Heineken recaiu sobre três nomes: Kieran Hebden, músico e produtor inglês particularmente conhecido pelas remisturas que já fez; Four Tet e Claire Elise Boucher, conhecida em palco por Grimes. Na tenda eletrónica (o palco NOS Clubbing), distinguiram-se, no último dia, três artistas portugueses: Isaura, seguida do parceiro musical Francis Dale e os Mirror People de Rui Maia (X-Wife). A fechar a tenda, o alemão Boys Noize, um dos melhores DJ do mundo.

Novidades a assinalarArlindo_Camacho-AJC_1017

O NOS Alive apresentou, este ano, algumas novidades, para além do tapete artificial, montado em frente ao palco principal, o evento contou ainda com a rua EDP, um espaço que recriava vários elementos da cultura portuguesa e que incluiu ainda um novo palco dedicado ao fado. Tal como em anos anteriores, o festival contou com um espaço dedicado às grávidas; e também com um pórtico de entrada renovado.