Quem pretende investir em arte sabe que não terá angústias (ou euforias) com a instabilidade dos mercados, os subprimes ou a alta do preço do petróleo, mas sabe que o investimento realizado não é só financeiro, é também um acto cultural. E mais, é uma aplicação segura e com valorizações garantidas a médio/longo prazo.
A instabilidade económica que se vive há uns anos em Portugal, e no mundo, e as fortes oscilações a que o mercado financeiro está sujeito estão a levar os investidores a optarem por outro tipo de investimento, que não o financeiro. São os chamados investimentos alternativos, onde as antiguidades e a arte, em qualquer das suas formas, têm tido um papel fundamental. Hoje em dia, investir em arte tem vindo a tornar-se uma das opções mais seguras de sempre, desde que seja feito em peças de qualidade. O mercado está entusiasmado, os pintores portugueses nunca foram tão procurados, as antiguidades estão bastante apetecíveis e os mercados filatélico e numismático têm vindo a surpreender tudo e todos com as suas valorizações constantes. No entanto, os especialistas afirmam que falta ainda muito ao nosso mercado. Entre Londres e Nova Iorque, passando por pelo resto do mundo, são apenas duas as leiloeiras que têm o domínio completo do mercado de leilões a nível internacional: a Sotheby’s e a Christie’s. Assim, há que ter em conta que, tal como na bolsa, Portugal ainda é um país emergente e só alguns nomes mais sonantes conseguem entrar lá fora. São exemplo disso, entre outros, Paula Rego, Vieira da Silva, Júlio Pomar, Julião Sarmento e Souza-Cardoso. Recentemente, o quadro Baying de Paula Rego atingiu novo recorde de venda em Londres, na Sotheby’s. A obra foi vendida por 740.599 euros, representando um novo recorde mundial para a artista. A tela, datada de 1994, foi inicialmente avaliada entre 464 mil e 663 mil euros. O anterior recorde em leilão desta artista foi registado recentemente, quando The Lesson, datado de 1997, foi arrematado por cerca de 596.881 euros na rival Christie’s. Nos leilões nacionais, a pintura portuguesa do final do século XIX e de todo o século XX continua a dar que falar. Esta é uma temática muito apreciada pelos investidores portugueses, para além de registar fortes valorizações.
A procura de antiguidades também aumentou nos últimos anos. Segundo vários especialistas, as peças mais requisitadas são as de ascendência portuguesa, devido ao patriotismo que caracteriza o nosso povo. Entre aquelas com maior tendência de valorização, destacam-se o mobiliário do século XVII e XVIII, em madeiras de qualidade e em bom estado de conservação, as faianças, a arte sacra e as peças estrangeiras com cotação mundial. (…)