GUITARRAS COM ALMA
Com uma enorme paixão pela música, Adriano Sérgio constrói, de forma artesanal, guitarras que são verdadeiras obras de arte. Venha descobrir a Ergon Guitars.
A Ergon Guitars é uma marca portuguesa que se dedica a criar baixos e guitarras elétricas e semiacústicas, personalizadas e exclusivas. Os instrumentos são construídos artesanalmente e de um modo personalizado, tentando criar designs inovadores com prioridade para a sonoridade, a ergonomia e o equilíbrio estético. O cérebro por trás de toda a criatividade é o luthier Adriano Sérgio, que encara a identidade artística de cada músico como uma oportunidade para criar uma guitarra de design novo e inovador. A sua abordagem de construção tem por base a sua experiência como músico e guitar tech para artistas como Ozzy Osbourne, Anthrax, Machine Head e Moonspell, entre outros. “A minha experiência de duas décadas de estrada enquanto músico e guitar tech resulta inevitavelmente como fonte de inspiração”, sublinha. Em paralelo está também o seu gosto por arte em geral e o facto de não concordar em fazer cópias de outros instrumentos. “Gosto bastante de Arte Nova e encontro, por exemplo no mobiliário de Gaudí, uma particular admiração pelo equilíbrio alcançado com a quase ausência de linhas retas.” Artesanal e feito com paixão, cada instrumento Ergon tem como principal objetivo o timbre e o conforto, personificando a fusão perfeita entre fabricante e músico. Dependendo do modelo, o tempo médio de construção de cada instrumento varia entre quatro e sete semanas, com uma média de 12 a 14 horas diárias de trabalho. Podem existir semelhanças muito grandes dentro de um mesmo modelo de guitarra ou baixo. Porém, pelo facto de serem feitos de modo manual e dada a intenção criativa do luthier, cada instrumento é sempre “uma peça única”. De referir que o próprio processo evolutivo convida o artesão a incluir pequenas alterações em cada instrumento. Na sua abordagem de criação, Adriano Sérgio tem como objetivo primário a “sonoridade pretendida para o futuro instrumento”. Assim, inicialmente considera os “aspetos técnicos da construção” e escolhe aqueles que parecem ser os “materiais mais adaptados ao resultado pretendido”. Tudo isto tendo sempre em vista “os aspetos funcionais e ergonómicos que podem vir a facilitar a tarefa do músico”. “Quando começo a construir um instrumento, tento manter a mente aberta e começo a esculpi-lo deixando-me seduzir pela mistura entre aquelas que são as minhas ideias iniciais e as sugestões dadas pela evolução da própria peça”, revela o luthier. No que se refere aos materiais utilizados, o artesão escolhe madeiras, cuja primeira condição é estarem em conformidade com a legislação CITES (Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Fauna e da Flora Selvagem Ameaçadas de Extinção). “Recorro a várias espécies de madeira, como, por exemplo, freixo do pântano (proveniente do Mississípi, Reino Unido, Polónia), mogno das Honduras, cedro americano, spruce europeu, maple do Norte do continente americano, de preferência previamente submetido a tratamento térmico (thermo-treated maple), pau-rosa da Índia e de Madagáscar, ébano, pau-preto de Moçambique, entre outros. Relativamente aos acabamentos, Adriano Sérgio tem vindo a utilizar apenas óleos e ceras de origem completamente natural, não-tóxicos e amigos do ambiente (Tuf Wood Oil).
Produtos de excelência
Até ao presente momento, os clientes portugueses predominam em relação aos estrangeiros. Contudo, depois de ter sido selecionado para expor naquela que é a mais conceituada exposição de guitarras de autor a nível mundial, a Holy Grail Guitar Show (HGGS), no passado mês de Outubro, em Berlim, o interesse demonstrado por revistas da especialidade, lojas e clientes particulares evidencia que o mercado internacional está bastante curioso e recetivo em relação às características apresentadas pelos instrumentos Ergon. Mesmo perante isto, para Adriano Sérgio o mais importante é “continuar a trabalhar com a paixão”. O facto de vários músicos (Mário Delgado, Ricardo Barriga, João Ferreira, Tuniko Goulart, João Só, entre outros) usarem ou experimentarem os seus instrumentos e devolverem excelentes comentários acerca dos mesmos, representa, sem dúvida, “um objetivo alcançado e encorajador para o futuro”. Por outro lado, o artesão refere ainda que luthiers com experiência e reputação, como é o caso de Andy Manson, Claudio Pagelli, Tao Guitars, entre outros, elogiam também o seu trabalho. Este é um reconhecimento maior do que aquele que o artesão alguma vez ambicionou.
O artesão
Adriano Sérgio é músico profissional, técnico de guitarras, stage manager e luthier. Realizou a sua formação musical no Hot Club e desenvolveu atividade como músico, participando em diversas bandas e projetos nas décadas de 1980 e 90 (Cães de Crómio, Ithaka, Coldfinger, Três Tristes Tigres e MESA, entre outros). Em 1999 começa a trabalhar enquanto técnico de guitarras e posteriormente também como stage manager, para várias bandas (Moonspell, Kreator, Cannibal Corpse, Tiamat, Strapping Young Lady, Devin Townsend, Napalm Death, Dark Tranquillity, Hypocrisy, Cradle of Filth, Sentenced, Dimmu Borgir, Lacuna Coil, Danzing, In Flames, Type O Negative, Behemoth, Machine Head, Dio, Dragonforce, entre outros), realizando, desde essa altura, diversas tournées pela Europa, América do Norte, América Latina, Japão, Austrália. Em 2005, estabeleceu uma oficina em Portugal, integrada na atividade desenvolvida pela Roadies D.C. Adriano Sérgio desenha modelos de guitarras para a ESP e trabalha diretamente com a ESP Japão, ESP LA e com a Ibanez Costum Shop LA, na personalização dos modelos utilizados pelos guitarristas e baixistas com quem trabalha.