ELÉTRICO 28

Imagem1MARCAS DA TRADIÇÃO

Meio de transporte preferido por turistas e alfacinhas para descobrir e conhecer a cidade de Lisboa, o Elétrico 28 é, sem dúvida, um símbolo da Lisboa bairrista.

Lisboa é uma cidade marcada pela história e pela tradição e, como não poderia deixar de ser, guarda no seu interior alguns “tesouros” que merecem ser desvendados e desfrutados, um deles é o Elétrico 28. Fazendo uma viagem neste elétrico, descobre-se uma cidade marcada pelas pessoas e por um tipo de canção que não existe em mais sítio nenhum do mundo: o fado. O 28 soube impor-se como nenhum outro meio de transporte em Lisboa e, por isso, ganhou já a conotação de “monumento”. Mas não é um monumento como os outros, frios – uma vez que são feitos de pedra –, o elétrico tem vida própria, está vivo, desloca-se e leva-nos a conhecer a cidade. De um amarelo-vivo que não passa despercebido, este meio de transporte que é anterior à Segunda Guerra Mundial tem um interior magnífico, todo revestido a madeira, que quase se confunde com o interior de um navio.

Trajeto único

Partindo do Martim Moniz até aos Prazeres, sobem-se os primeiros quarteirões da Avenida Almirante Reis para logo de seguida cortarmos à direita. A avenida, que já foi a coqueluche do comércio da capital nas décadas de 1960 e 70, conta hoje com menos lojas, contudo, proliferam os prédios antigos e restaurados, revestidos a azulejos, que fizeram furor outrora. A viagem continua agora através dos sinuosos trajetos nos bairros tradicionais de Lisboa. Aqui começam também os habituais constrangimentos deste meio de transporte, um automóvel mal-estacionado… dez minutos de paragem forçada; os peões a entrar e a sair… mais uns cinco minutos à espera. Mas no fim de contas são estes pequenos nadas que conferem ao Elétrico 28 um charme inigualável. Sem imprevisto, a viagem dura 37 minutos e vai de Campo de Ourique até ao Martim Moniz, passando na Estrela, Bica, Praça de Camões, Chiado, Rua da Conceição, Sé, Miradouro de Santa Luzia, Portas do Sol, Graça, Anjos e Martim Moniz. E faz depois o sentido inverso. À noite, durante o fim de semana e nos feriados, a viagem termina na Graça, não descendo até ao Martim Moniz. Esta é uma viagem que faz um resumo muito completo da cidade de Lisboa e que custa 2,85 euros. Os turistas sabem que não podem perder pelo menos uma viagem no Elétrico 28, e por isso as filas são comuns. No interior ouvem-se várias línguas, gargalhadas, o português genuíno. As objetivas não param e disparam flashes sobre tudo e mais alguma coisa, sempre com a magnífica luz de Lisboa a servir de pano de fundo. Não há dúvida de que este elétrico faz parte da nossa história, contudo, ele continua bem presente, todos os dias, a desfilar pelas ruas da cidade.