AS MÃOS DE LISBOA

relojoeiroAS MÃOS COMO INSTRUMENTO DE TRABALHO

 

Com o intuito de dar a conhecer artesãos, artistas e pequenos comerciantes com fabrico próprio, que utilizam as mãos como principal ferramenta de trabalho, surgiu o projeto “As Mãos de Lisboa”. Dele fazem parte os novos e velhos artesãos da capital, que continuam a criar e a vender os seus produtos.

 

Quando estava a fazer o seu mestrado em Design e Cultura Visual, Ana Nascimento, mentora do projeto “As Mãos de Lisboa”, passou por um encadernador em Campo de Ourique, bairro onde mora desde que nasceu, e apercebeu-se de que nunca tinha reparado na sua existência, mesmo tendo passado por lá várias vezes. Quando precisou de encadernar um livro “à antiga”, no âmbito do seu mestrado, esta jovem empreendedora lembrou-se de que deveriam existir mais pessoas na mesma situação, artesãos “escondidos” e pouco procurados, e foi assim que teve início este projeto. Ana desenvolveu, para um trabalho, uma investigação sobre artistas portugueses que criam essencialmente com as mãos. “Fui procurando na Internet e na rua, onde descobria pessoas por acaso, já que estava atenta sempre que saía de casa. E ainda estou.” Rapidamente aquele que era apenas um tema para um trabalho de mestrado começou a ganhar novas proporções. O interesse e a curiosidade de Ana foram aumentando, levando-a a andar mais frequentemente nas ruas de Lisboa, numa procura incessante de novos artistas. Por uma questão de organização, Ana optou por dividir todas as profissões que foi descobrindo, não só por bairros, mas em três categorias: Antigo, Moderno e Modernização. Do relojoeiro à florista, passando pelo tipógrafo, perfumista ou restauradora, todos são bem-vindos e todos têm um lugar de destaque no site que criou. Para Ana Nascimento, os artesãos mais difíceis de encontrar foram, tal como destaca, o maçariqueiro de néones e a tipógrafa, contudo foram os que mais a “fascinaram”.

Projeto com continuidadeana

Com cada vez mais lojas e grandes superfícies comerciais a surgir, com peças a preços que competem com os das peças feitas à mão, os artesãos vão lentamente sendo esquecidos. Mas a verdade é que a qualidade e autenticidade do “feito à mão” é muito superior e Portugal tem grandes “mãos”. Assim, e tal como revela, Ana Nascimento vai continuar “a procurar” outros artistas. No futuro, a jovem empreendedora quer avançar com o conceito do “feito à mão em Portugal”. Não só para a fotografia, mas também para as pessoas, para que possam usar e abusar destas peças feitas com tanto amor e dedicação. O projeto “As Mãos de Lisboa” vive por enquanto na Internet – em www.asmaosdelisboa.com – e num livro que Ana Nascimento vai aperfeiçoando e que quer um dia ver nas bancas. Esta paixão também é visível nas redes sociais, nomeadamente no Facebook, que tem sido grande aliado do projeto.