AÇORES

ESCULPIDAS PELA NATUREZA  UNIDAS POR UM ARQUIPÉLAGO

Faltam palavras para classificar e descrever os encantos das nove ilhas carismáticas que compõem o arquipélago dos Açores. Esculpidas por vulcões milenares e povoadas, ao longo de séculos, por gente corajosa e amável, cada uma das ilhas assume-se como um local de muitas e variadas experiências e emoções, que certamente conquistarão ao primeiro olhar. Atreva-se a descobri-las.O arquipélago dos Açores emerge do oceano Atlântico, quase a meio caminho entre a Europa e a América do Norte. Composto por nove ilhas que, totalizam uma superfície de 2333 quilómetros quadrados, o arquipélago tem cerca de 244 mil habitantes. Parte integrante do Estado português, a Região Autónoma dos Açores dá a conhecer o ponto mais ocidental do continente europeu, a ilha das Flores, um local a não perder.Cada ilha açoriana tem uma identidade própria. Ao mesmo tempo que comungam extraordinários legados da Natureza, revelam traços singulares nas paisagens, tradições, gastronomia ou arquitectura.O clima é caracterizado por uma temperatura amena e atmosfera húmida. Nos invernos pouco rigorosos, ventos fortes agitam o mar e purificam o ar. A temperatura média mantém-se nos 14º C, que não impedem a formação de neve no topo da montanha do Pico. Os períodos de chuva, embora frequentes, costumam ser passageiros. O Verão é suave e ensolarado, com o termómetro a rondar os 24.º C. Já a água do mar mantém-se a uma temperatura convidativa, que varia entre os 17.º C e os 23.º C, ideal para os banhistas.

Como surgiu o arquipélago

Uma lenda local associa os Açores à extinta Atlântida – o mítico reino insular citado por Platão –, uma vez que se encontram, já em meados do século XIV, alusões a nove ilhas no Atlântico em livros e mapas cartográficos. Mas é com a epopeia marítima portuguesa, liderada pelo infante D. Henrique, que os Açores entram de forma definitiva no mapa da Europa. Desconhece-se se terá sido Diogo de Silves, em 1427, ou Gonçalo Velho Cabral, em 1431, o primeiro navegador a atingir o arquipélago. A origem do nome Açores é igualmente ponto de várias teorias.A mais divulgada associa a designação aos milhafres encontrados, então confundidos com outra ave de rapina: o açor. Certo é que o infante D. Henrique impulsiona a humanização das ilhas. Primeiro com o lançar de animais, depois pelo envio de colonos.O povoamento, iniciado em 1439, estende-se ao longo dos séculos XV e XVI. Judeus, mouros, flamengos, genoveses, ingleses, franceses, florentinos e escravos unem- -se a gente de Portugal continental para enfrentar os duros obstáculos da tarefa.A empreitada épica moldou um povo que ao longo de séculos resiste a erupções vulcânicas e terramotos, isolamento, invasões de piratas, guerras políticas e doenças infestantes. A resistência ao domínio espanhol na crise de sucessão de 1580 e o apoio à causa liberal na guerra civil (1828-1834) são reveladores da extrema coragem dos açorianos.

Diferentes opções

Inseridas na região da Macaronésia, as nove ilhas do Arquipélago foram divididas em três grupos geográficos. O grupo oriental, do qual fazem parte Santa Maria e São Miguel, dista 1400 quilómetros da costa portuguesa. O grupo central é composto por Faial, Graciosa, Pico, São Jorge e Terceira. O grupo ocidental, constituído por Corvo e Flores, fica a cerca de 1800 quilómetros do ponto mais próximo do continente norte-americano. No que toca à paisagem natural, diversos miradouros sobre o oceano – de onde se podem observar os re- cortes da costa, as angras e baías – possibilitam vistas deslumbrantes que dão a conhecer paisagens inesquecíveis, de lagoas ou crateras de vulcões já extintos, fumarolas e nascentes de água, campos cultivados num ambiente de verdadeira tranquilidade e ausente de poluição.A fertilidade da terra proporciona a existência de uma vegetação exuberante e de uma grande variedade de árvores. De salientar a presença de uma enorme diversidade de flores de onde se destacam as hortênsias, as azáleas e as conteiras. Esta vegetação associada às pastagens, às culturas do tabaco e do chá permite uma diversidade vegetal que cativa o visitante pelos tons que a Natureza adquire. Os amantes da fotografia encontram aqui cenários únicos para registar. O mar dos Açores, rico em diversas espécies de peixe, oferece óptimas condições para a prática da pesca desportiva. Também é possível a observação de golfinhos, cachalotes, baleias e outros cetáceos, existindo para o efeito empresas especializadas nestas áreas. Diversas reservas naturais têm sido construídas pelo Governo Regional, de forma a preservar a Natureza, a sua paisagem, flora e fauna. Casas típicas, moinhos de origem flamenga, igrejas, ermidas e verdadeiros tesouros de arte são um testemunho vivo do passado dos Açores e encontram-se espalhados pelas várias ilhas.
Devido ao isolamento a que estiveram sujeitos ao longo de muitos anos, os açorianos, desenvolveram técnicas de trabalho artesanal muito próprias, que se manifestam em muito do seu artesanato, com destaque para as peças em osso e dente de baleia, escama de peixe, madeira, barro, pedra basáltica, folha de milho ou miolo de figueira.As tradições populares podem ser admiradas através dos cantares e danças, das touradas à corda (na ilha Terceira), dos trajes típicos, das procissões, que manifestam os sentimentos religiosos deste povo afável, simples e hospitaleiro.