RESPONSABILIDADE INDIVIDUAL VS RESPONSABILIDADE SOCIAL

A MÃO QUE EMBALA O BERÇO

Para o comum dos mortais, que afinal somos todos nós, se há prática que entrou definitivamente no nosso quotidiano foi a da proclamada Responsabilidade Social. Porém, nunca percebemos bem se esta é, de facto, uma exigência real por parte dos múltiplos públicos (stakeholders) que agregam o denominado “ambiente” onde as empresas desenvolvem a sua actividade.

 

O conceito de Responsabilidade Social, que, por definição, obriga a criar uma esfera de actuação com múltiplas vertentes (visão, sustentabilidade, comunidade, colaboradores, etc.) é recente, pese embora os seus movimentos mais estruturados possam ser situados em exemplos como a criação do “bilan social”, em 1972, em França, ou o pacote instrumental do “Corporate Report” em 1975, no Reino Unido. Aliás, neste domínio, é interessante ler uma caracterização de Responsabilidade Social estruturada nas suas quatro características intrínsecas, como estão definidas num dos principais suportes de informação brasileiros sobre esta temática (responsabilidadesocial.com): Plural – As contas não são prestadas apenas aos accionistas mas a uma multiplicidade de públicos com base num diálogo participativo que aumenta a legitimidade social; Distributiva – A responsabilidade social nos negócios é um conceito que se aplica a toda a cadeia produtiva; Sustentável – A responsabilidade social anda de mãos dadas com o conceito de desenvolvimento sustentável; Transparente – A globalização exige critérios de transparência, aferindo a performance das empresas em múltiplos domínios. Mas, mesmo assim, ainda hoje continuamos a assistir a muitos conceitos agregados à responsabilidade social, como práticas de marketing social, ou apenas um aproveitamento estrito de acções de promoção de produtos “colados” a causas sociais, com intuitos meramente de marketing e reforço de branding, o que acaba por gerar apenas mais instabilidade na adopção destes princípios na dimensão corporativa. (…)