UMA NOVA CULTURA DE RESPONSABILIDADE SOCIAL
Nos dias de hoje, cada vez mais empresas revelam uma cultura de responsabilidade social, o que significa, na prática, que incorporam na sua actuação, de modo voluntário, sem imposições regulamentares ou legais, um conjunto de práticas e acções, por reconhecerem o seu interesse para si próprias e para a comunidade em que estão inseridas.
Actualmente assistimos a uma nova forma de integrar o espaço empresarial que está estreitamente associada ao conceito de desenvolvimento sustentável: as empresas devem expressar nas suas operações não apenas o impacto económico, mas, agora também, o impacto social e ambiental da sua actividade. Esta nova postura não representa um simples acréscimo às actividades normais das organizações, mas sim uma valência a somar à forma como estas são geridas, numa equação em que todos beneficiam. Significa esta postura que a gestão inclui a responsabilidade social de forma compreensiva e integrada, através de políticas, práticas, programas e acções extensíveis a todas as áreas do negócio, que, por esta razão, envolvem muitos processos na tomada de decisão. A responsabilidade social corporativa é hoje entendida como um pilar de extrema relevância no contexto das novas formas de governação emergentes, susceptíveis de dar resposta às mudanças fundamentais que ocorreram. Mas um dos factores de sucesso desta estratégia é a postura dos novos líderes das instituições. Na verdade, uma das explicações encontradas por diversos especialistas da gestão para o desempenho saudável de algumas empresas e para a sua capacidade de resistência às fortes perturbações dos mercados reside no facto de, num período que antecedeu a crise financeira e este clima generalizado de falta de confi ança, os seus responsáveis de alta direcção terem desenvolvido e operacionalizado modelos de negócios diferenciados, assentes numa estratégia muito clara que ultrapassa cada unidade de
negócios específi ca e se posiciona de modo a encontrar a coisa certa para o cliente, para os colaboradores e para as comunidades de que faz parte. Este novo modelo e cultura das empresas trazem, na opinião destes especialistas, vantagens claras para todos, e esta visão sobre a liderança impõe a diferença das instituições do futuro.
Assiste-se ao emergir de uma nova forma de liderança e de um grupo de gestores de topo que têm evoluído para uma abordagem mais ambiciosa, em que não se concentram apenas no retorno imediato dos seus investimentos. Ao contrário, empenham-se em gerar resultados em três frentes ao mesmo tempo: criar valor a longo prazo, potenciar os recursos/capital social dentro das organizações que dirigem e produzir benefícios significativos para a comunidade em geral. Naturalmente que são conhecidos e descritos inúmeros casos de referência em cada uma destas áreas. Todavia, o que define a maior ambição destes novos líderes é sua capacidade para destacar estes três aspectos em simultâneo: potenciar o factor humano dentro das suas organizações, incrementar e tornar sustentável o seu negócio com benefícios objectivos para todos. (…)