COMUNICAÇÃO INTERNA E CULTURA ORGANIZACIONAL

LIXÍVIA (GENTIL) PRECISA-SE…

Segundo um estudo apresentado pela Associação Portuguesa de Comunicação de Empresa, a comunicação interna da maioria das empresas portuguesas não está de boa saúde. Mas qual a sua utilidade?

 

Muitos certamente ainda se recordarão de uma campanha publicitária que a Neoblanc lançou quando começaram a aparecer no mercado as novas gerações de lixívias ditas gentis e cujo desfecho era sempre o mesmo, ou seja, roupa rasgada (naturalmente toalhas de mesa e roupa dos miúdos, as peças mais sujeitas a utilizações intensivas), com a sacramental pergunta: “Que lixívia é que usas?” Onde é que a Neoblanc bate certo com a Cultura Organizacional? Bom, da aplicação da analogia surgem algumas pistas curiosas. Primeiro, sempre defendi que a procura das soluções simples, e sobretudo baseada em exemplos de realidades desconexas, nos fornecia as respostas mais eficazes para responder a determinados problemas, principalmente quando esses problemas são da esfera da doutrina (entenda-se liderança) e não resultam da aplicação (ou não) de mecanismos ou instrumentos, seja qual for a natureza da organização. Em segundo, se hoje olharmos para muitas organizações entendendo a sua cultura – o elemento agregador dos seus colaboradores – como um tecido com as suas características próprias de padrão, cor e resistência, rapidamente temos de concluir que quanto mais “esticamos” as organizações para patamares de exigência e competitividade, mais a curva de elasticidade desse mesmo tecido organizacional e social vai diminuindo e caminhando para o ponto de ruptura. Vêm estas considerações a propósito de um estudo recente sobre comunicação interna, apresentado pela APCE (Associação Portuguesa de Comunicação de Empresa), que traçava um panorama muito preocupante sobre esta matéria nas empresas portuguesas. O mote era sugestivo: “Comunicação Interna Precisa-se!” (…)