ISABEL ALÇADA

UM PROFESSOR ESTÁ SEMPRE A EDUCAR, EM TODAS AS CIRCUNSTÂNCIAS

Formada em Filosofia, Isabel Alçada gosta de escrever e já deu provas disso. O mundo juvenil adora-a e os seus livros estão nas prateleiras de muitos dos alunos portugueses. Também por vocação abraçou um dia a Educação, uma vez que o universo dos professores e dos alunos é para si muito importante. Isabel Alçada pretende continuar a servir este meio, mas agora como ministra da Educação.

Defende que “a Educação tem de ser desenvolvida num clima de serenidade”, por isso acredita que, ao apresentar metas, está a contribuir para que professores e alunos possam tirar o melhor partido da Educação.

No futuro, a ministra espera que o sistema educativo se estruture cada vez mais numa “relação com a comunidade e com as famílias dos alunos”.

 

Tem sido apontada por muitos observadores como a pacificadora do sistema educativo. Revê-se nesse papel?

A educação tem de ser uma actividade que se desenvolve num clima de serenidade e equilíbrio. Não me reconheço no papel de pacificadora porque não reconheço que tenha havido uma guerra. Durante a última legislatura fui a muitas escolas, como comissária do Plano Nacional de Leitura (PNL), e o que vi foi um trabalho absolutamente harmonioso e não havia nenhuma necessidade de aparecer uma figura ou alguém pacificador.

 

Como é dirigir um sistema com quase dois milhões de alunos e cerca de oito mil escolas?

É preciso ter consciência de que cada escola tem uma unidade própria e pessoas responsáveis à frente dessa unidade. Confio nos directores, que voluntariamente assumem esta enorme responsabilidade de estar à frente das instituições que têm por missão educar. Há uma base de trabalho articulado e de confiança, em que se desenvolve a educação. Para além disso, o Ministério da Educação (ME) tem as Direcções Regionais com equipas que apoiam as escolas e também a Inspecção-Geral da Educação.

 

O facto de ser professora ajuda-a a desempenhar a sua missão como ministra?

Ajuda-me muito. Todos os dias, no trabalho do ME, há sempre notícias de acontecimentos das escolas que procuro analisar e interpretar, atribuindo-lhes o significado de quem viveu situações análogas. E permite-me nunca esquecer que a primeira missão do sistema educativo é oferecer igualdade de oportunidades a todas as crianças, a todos os jovens e adultos para que cada um possa ter êxito no seu percurso escolar e no seu percurso de formação. Sei, por experiência própria que, com apoio, todos aprendem. Promover o sucesso escolar de todos não é apenas um conceito, é uma convicção que decorre da minha própria prática na escola e na sala de aula.